120 dias - EM PROCESSO DE REESCRITA

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CAP. EM PROCESSO DE REESCRITA

Austin

"O que isso significa?" - Giordana passa seu olhar entre Maya e Damon.

"Não acredito que vocês fizeram um contrato!" - Comento, incapaz de segurar uma risada - "Realmente adorável"

Damon arqueia uma sobrancelha em minha direção, nitidamente repreendendo meu comentário. Era sempre estampado em seu rosto o quão me considerava alguém insuportável.

"Isso é algo pessoal, Giordana" - Maya se opõe aquele escândalo.

Ainda com confusão estampada em seu rosto minha noiva deixa a parte rasgada do contrato sobre o balcão da cozinha e se volta à Damon, com uma caneta em mãos, para que ele possa deixar sua assinatura no documento que me torna oficialmente sócio da empresa de Vincenzo com 5% das ações.

Enquanto os pormenores do contrato são discutidos entre os sócios majoritários, recebo uma ligação de Rossi, que procura atender o mias discretamente possível devido ao desgosto compartilhado entre ele e Green.

"Cara, você não vai acreditar! Eu e Giordana viemos a casa de Damon e numa confusão acabamos descobrindo que ele e a noiva, Maya, tem um contrato de noivado!" - Confidencio.

"Como?" - Ele parece confuso.

"Isso mesmo, irmão: Um contrato! Achei tão hilário que até mesmo tirei uma foto quando tive a oportunidade"

"O que está esperando para me enviar isso então? Ora, vamos rir juntos!"

Imediatamente o faço.

Maya

"Por um instante achei que ela havia percebido tudo" - Digo, aliviada, assim que o casal se afasta.

Ele concorda com um aceno de cabeça, se jogando, cansado, no lugar ao meu lado no sofá.

Retomo a leitura de "O morro dos ventos uivantes", mantendo o silêncio instaurando no local.

"Algum problema?" - Pergunto, sentindo seu olhar queimando sobre mim após algum tempo.

Ele sussurra um 'não' quase inaudível antes de se levantar.

"Acho que deveríamos deixar nossas malas prontas para a viagem até Everett" - Comenta.

Damon me cede uma mala de tamanho médio que preencho com algumas peças de roupas e produtos de higiene pessoal assim como Damon.

Pelas próximas horas nenhuma palavra é trocada entre nós, sendo nossas respirações o único som reverberando por ali.

Ele anda pela casa, vai até o escritório e então volta novamente, apenas quando já estou deitada em sua cama, virando de um lado para o outro, tentando, de modo realmente falho, dormir.

Distraidamente Damon retira a camisa social e os sapatos, mantando apenas a calça de alfaiataria no corpo. Ele olha uma última coisa no celular antes de se deitar no sofá ridiculamente desproporcional.

É apenas quando ele coloca as mãos atrás da cabeça que parece me perceber ali, ainda acordada.

Seus olhos passam pelo meu corpo, coberto apenas por um lençol branco, meus cabelos jogados pelo travesseiro e meus lábios levemente vermelhos pelo hidratante que usei antes de me deitar.