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POV: Andrea Sachs

Eu definitivamente acredito que Miranda não faz ideia do estrago que ela possa fazer por simplesmente existir... e se vestir. Quando a avisto vindo pelo corredor da Runway, meu corpo reagiu imediatamente, a mulher estava deslumbrante. Eu simplesmente fico caidinha quando ela usa meia calça...

Tentei me controlar o máximo que pude, sempre mostrando profissionalismo, sorrindo e receptiva, mas por dentro estava em uma briga interna entre olhar para seu rosto, ou para seu corpo.

Ela joga o casaco e a bolsa em mim, e seu olhar é como se entrasse nas camadas mais profundas dos pensamentos sórdidos que tenho com ela, e isso faz com que eu sinta meu rosto esquentar.

— Café. – Ela pede, e como essa é a minha função... Sigo até a copa em busca do café que eu já havia providenciado.

Meu núcleo parece que entrou em uma explosão estrelar apenas pela maneira que ela me assiste caminhar até sua mesa. Porra! O olhar de Miranda sempre foi intenso, mas hoje... Está mortal. Andy Mortinha Sachs.

Me vem em mente como seria esse olhar sobre o meu corpo, será que ela gostaria dos meus seios avantajados? Da minha silhueta, do triangulo entre minha perna completamente lisa? Será que ela aprovaria?

— Seu café, Miranda! – Profiro começando a passar a agenda para ela, só assim tentando distrair o fogo que ela me causa, para parar de alimentar essa paixão platônica que tenho por ela.

E ela fala meu nome, tão carregado, da maneira que eu mais almejo ouvir em circunstâncias diferentes, me fazendo arrepiar a espinha. Mas logo volto a dissipar isso da mente ao ouvir o sermão dela.

Eu passei todo final de semana tentando lembrar se dei algum vexame, se chamei a atenção para mim em algum momento que não deveria, mas não consegui, eu sequer lembro como cheguei à minha cama na sexta-feira após a festa, eu só sei que acordei no dia seguinte com uma dor de cabeça absurda, passei o sábado e domingo como se estivesse desidratada e doente. Eu sou fraca demais para bebida.

Tratei de me desculpar com ela, sentindo uma vontade absurda de perguntar se eu fiz, ou falei algo que não deveria, mas como sabemos da lei soberana de não perguntar nada a ela, me contentei em ficar com a eterna neura. Mentira!

Assim que sai de sua sala para cumprir umas ordens, na primeira oportunidade que tive, perguntei a Roy como eu havia saído da festa, ele disse que eu estava com dificuldade em anda com os saltos e estava ainda mais sorridente do que sou. Perguntei se depois que entrei no carro, eu possa ter falado algo, porém ele disse apenas que a única coisa de diferente foi que Miranda não esperou ele sequer abrir a porta para ela, e que ela entrou em sua casa com pressa. Depois disso, quando chegamos a minha casa, ele viu que eu estava dormindo, me acordou, esperou eu entrar, para depois partir.

Eu senti vontade de chorar, com certeza aconteceu algo, com certeza eu disse algo. Eu só espero que eu não tenha tentado dá alguma cantada em Miranda. Sinto vergonha e meu rosto fica vermelho só em cogitar essa possibilidade. Mas, eu sigo no trabalho, significa que eu tenha me comportado bem...

— Acompanhe-me! – Ela diz baixo, e incisiva, me dando um olhar rápido.

Imediatamente pego meu bloco e caneta. Preciso anotar quais bolsas ela vai escolher.

Tortura é a palavra para definir Miranda andando em minha frente com essa saia lápis desenhando seu quadril perfeito, tortura é palavra certa para definir Miranda de meia arrastão, será que ela usa cinta-liga? Eu daria um rim para ver Miranda com meia e cinta...

— Miranda me desculpa. – Arregalo meus olhos dando passos para trás ao esbarrar nela. Eu nem vi em que momento ela parou.

Miranda me lança um olhar que até minha terceira geração irá sentir o efeito.

Ela não diz nada, mas seu olhar sobre minha ação já disse tudo. Ela volta a olhar para frente e entra na sala, segue até um sofá na cor marrom, e eu fico no canto da parede, perto da porta de entrada, posição perfeita para analisar suas expressões diante das bolsas que ela precisa ver.

Porém, a diaba em Louboutin, cruza as pernas, e fica brincando com o colar na boca. Ela não faz ideia do estrago que está fazendo entre minhas pernas. Automaticamente deixo minha cabeça pender para o lado e fico observando cada centímetro daquelas pernas cobertas por uma meia-arrastão tão fina. Miranda se levanta, pega uma das bolsas sentindo a textura provavelmente aprovando aquela, e volta para o sofá, e ao sentar, parece que sua saia subiu um pouco mais do que deveria e... que inferno... A fenda me permite ver que ela está sim de cinta-liga. Meu corpo chora por ser torturado por tamanha perfeição. Vi perfeitamente o contraste da meia e liga preta contra sua pele tão branca. Deliciosa! Minha boca encheu d'água.

— Essa é minha favorita. – Raul profere e Miranda imediatamente leva a mão arrumando a saia, fazendo com que a fenda fique menor. Me frustro, a visão estava tão maravilhosa.

Miranda é gostosa, muito gostosa e está me deixando completamente desconcentrada. Olho para meu bloco e não tem nada anotado. Decepcionar Miranda é tudo o que eu menos quero. Então balanço a cabeça tentando tirar esses pensamentos sexuais da minha mente e foco em anotar.

Ela não ficou tão satisfeita com a grande maioria das bolsas, e ao caminhar em direção à saída, mais uma vez ela me olha diretamente nos olhos e parece caminhar em minha direção, foi impossível não olhar descaradamente para sua boca. Será que é macia como parece ser? Será que tem gosto de café?

Eu tenho que pararcom isso. Tento miseravelmente controlar meus desejos por ela antes que euacabe cometendo 

Meraki (Mirandy) Onde histórias criam vida. Descubra agora