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POV: Miranda Priestly

Sai daquela sala tendo à certeza absoluta que estou fadada em me submeter aquela garota atrevida. Talvez a carência que temos quando alcançamos certa idade, ou não, apenas eu que no meu íntimo, preciso disso, preciso me sentir inferior, sem domínio em alguma coisa para assim me sentir viva. Um subterfúgio para a vida.

O meu corpo clama por mais, minha mente implora para seguir até onde ela é capaz, minha intimidade anseia por ser dela de novo. Estranhamente é disso que eu preciso.

Giro minha cadeira para frente da janela e toco meu pescoço, ainda sentindo a sensação da pressão que ela dava ao apertar meu pescoço. Fecho os olhos e sinto minha entranha latente.

Eu deveria ter ficado assustada com tudo aquilo, em como minha virilha ainda sente o ardor da sua mordida, em como meu sangue ainda tenta retomar o ritmo da circulação, mas eu apenas consigo sentir desejo por mais, em ser seu objeto de prazer e me submeter a todos os caprichos dessa garota tola. A ideia de uma vida dupla, totalmente diferentes uma da outra me causa uma euforia que há muito não sentia. Sinto-me viva.

— Emily, Andreah! – Chamo-as ao girar minha cadeira para frente, tentou longos minutos depois, voltar ao trabalho.

— Sim, Miranda! – Ambas exclamaram pronta para atender minhas urgências.

Foi impossível não olhar para aqueles olhos castanhos. Ela tem um imã que me prende a atenção desde o primeiro dia em que pisou na minha sala com aquele suéter horrendo e os cabelos frisados.

— Quero as duas na festa do Valentino. Andreah; envie os dados para Ava e pergunte se ela vem para o lançamento do perfume, lembre-a que a presença dela seria fundamental. Emily; mude a senha de acesso dos computadores principais, e o acesso a eles, limitam-se apenas a nós, Irv que aguarde o fim do mês para ver o balanceamento, vá até o fornecedor buscar pessoalmente as amostras de tecido para a nova coleção. Andreah;  busque as saias com James, e café.

— Sim, Miranda! – Em uníssono elas falaram e logo saem.

Internamente eu desejei que Andreah esperasse Emily partir, para assim me fazer pedir, por favor. Desejei sentir a sensação de pedir, de ser subordinada. Mas de alguma maneira, eu sinto que Andreah jamais me colocaria em alguma situação constrangedora na frente de alguém, ou daria margem para pensarem algo que não deveriam.

Meu celular apita depois de longos minutos que elas partiram, e ao pegá-lo, vejo seu nome na tela, abro a mensagem e meu foco se esvai em segundos.

"Irei aproveitar que estou na rua, para comprar alguns brinquedos próprios para pratica BDSM."

Meu coração bateu acelerado, e minha boca secou com a mensagem. Suspiro!

"Como quiser!" Envio e sinto um formigamento em meu corpo.

Eu quero! Eu quero que ela me agarre, que ela me xingue, me humilhe, me bata, eu quero que ela saiba fazer comigo, coisas que ninguém soube, quero que ela me mostre que eu não sou dona do mundo e que todos estão aos meus pés, eu quero que ela me deixe aos seus pés, que ela continue me mostrando que eu não indiferente ao sexo, e nem frígida como Stephen tanto reclama que eu sou. Eu quero me sentir viva, quero sentir... Talvez eu precise me sentir amarrada para me sentir livre, pois eu sempre pude fazer o que quis.

"Responda direito!" Leio sua mensagem e sou capaz de ouvir sua voz mais rouca, mais pausada e firme, diferente de como antes ela apresentava para mim.

"Como quiser, minha domme". Envio sentindo uma satisfação que não sou capaz de explicar. Talvez seja a culpa em ser sempre dominante em todos os âmbitos da minha vida.

Meraki (Mirandy) Onde histórias criam vida. Descubra agora