Antônio

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   Depois da conversa com Rebeca fiquei pensando em como ela era sozinha, não tinha contato com quase ninguém e eu queria mudar isso, tentar fazer ela sair, se alegrar. Já estava tudo pronto, quando ela chegasse em casa eu iria chamar ela.
   De manhã eu não fui para a faculdade, só começaria na segunda. Aproveitei para pegar o carro que meu primo me emprestou para esse período da faculdade, como estava parado na garagem não vai fazer falta para ele.
   No mesmo horário de todo dia vejo Rebeca entrando em seu prédio, continuo na janela esperando o momento que ela vai aparecer. Fico mais de meia hora parado na janela, então resolvo ir até lá.
   Não sei com que facilidade ela achou  meu apartamento, mas demoro para achar o dela. Eu sabia que era no quinto andar por ser de frente para o meu, mas cada andar tinha 10 apartamentos. Bati em nove portas, e nenhuma era a dela. Cheguei na porta 225 e bati, já cansado daquele bate bate.

- Ah, oi Antônio. - Ela estava com um pote na mão, que eu suspeitei ser miojo.

- Por que não abriu a janela?

- Eu ia abrir ela agora, mas você bateu na porta.

- Então eu estava na janela no momento errado 

- Estava me esperando? - O olhar dela estava com um traço curioso e espantada.

- Sim, quero te fazer um convite. Vamos fazer um piquenique daqui a pouco? - O olhar dela de iluminou, e eu vi vestígios do que acho que seria um sorriso.

- Vamos, que horas?

- Te espero lá embaixo as 16h. - Ela confirma com a cabeça e eu me viro para voltar ao meu apartamento.

✳️

   Quando é 16h em ponto estou na frente do apartamento de Rebeca esperando ela. Já tinha colocado as comidas dentro do carro, junto com uma toalha. Vejo Rebeca vindo em minha direção, diferente de como eu via ela todos os dias com seu cotidiano uniforme. Ela vestia um short de moletom, e usava uma camiseta vermelha, que destacava o tom da sua pele, e tinha um all star vermelho nos pés.

- Você está linda. - Ela me deu um sorriso fraco, provavelmente sem graça pelo meu elogio. - Vamos? - Abri a porta do carona para ela

- Mesmo que eu ache que isso é um sequestro, vamos. - Ela entrou e eu fechei a porta correndo para o ouro lado.

- Se fosse um sequestro eu abriria a porta de trás, não aqui do meu lado.

- Mas você está me levando para um lugar que eu não tenho a mínima ideia onde é.

- Fica tranquila, tenho certeza que você vai gostar. - Pisco para ela, Rebeca se remexe no banco um pouco desconfortável e eu começo a dirigir, coloco uma música para não ficar constrangedor o clima e assim vamos até o campo.

O Céu Nunca Esteve Tão AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora