CAPÍTULO II

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Romênia, Pitești, 08 de Dezembro de 1887

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Romênia, Pitești, 08 de Dezembro de 1887.

Preciso admitir que quando o padre Alberto sugeriu que eu mantivesse um diário — "um diário, Violetta, serve não apenas para mantermos um registro de nossa história, como também de nossos sentimentos", ele dissera —, pensei que anotar basicamente toda minha rotina e minhas emoções seria como dar um tiro no pé, porque se algum inimigo o encontrasse, teria em mãos um manual: 1001 formas para acabar com Violetta Stefan. Acontece que eu acabei descobrindo que as pessoas não têm tanto interesse assim no que os outros têm a dizer. E eu, como vim a perceber, tenho dificuldades para parar de escrever quando começo.

Tive bastante tempo para escrever na viagem até aqui, só não houveram muitos eventos que valiam a pena registrar, e isso mudou assim que pisamos em Pitești. Ontem à tarde encontramos um garoto, Liviu, preso em uma armadilha de bruxas na floresta. Eu sabia que crianças estavam sendo levadas, fazia parte do relatório que o Vaticano nos encaminhou, eu só não sabia o quanto isso me afetaria. É inevitável pensar em Giuseppe e Lorenzo no orfanato do vilarejo vizinho. Fico me perguntando se meus irmãos não estão correndo perigo e se eu não estou falhando ao não estar com eles, protegendo-os. Sei que não houveram ataques de bruxas por lá nos últimos meses, mas ainda assim eu me preocupo. Espero que estejam cuidando um do outro, como eu os instruí. Voltando para Liviu, o rapaz foi a única criança a escapar com vida de uma investida das bruxas e Ferraz foi o responsável por conversar com o menino. Liviu estava muito abalado e foi difícil tirar informações, ele só conseguiu dizer que ele e a menina que foi levada, Iuliana, foram abordados por Apocalipse. É uma bruxa famosa aqui na cidade, pelo visto. Os pais a usam para fazer as crianças obedecerem e dormirem na hora certa. Ferraz também contou que percebeu que o menino estava escondendo alguma coisa, mas que não conseguiria tirar mais nada dele pelo estado do garoto... e sua mãe também estava lá, tentando impedi-lo de "interrogar"o filho.

De qualquer forma, não são informações suficientes para nós. Hoje de manhã nos reunimos na taverna e decidimos que Ferraz e Romani ficarão responsáveis por conversar com as famílias das crianças que foram levadas porque Ferraz é o que tem mais experiência com bruxas e Romani quis ficar para procurar por aquele rapaz, amigo de Wilhelmina, Jonathan. Espero que consigam tirar algo dele porque Alfred não foi de grande ajuda. Tenho algumas teorias do porquê a moça foi levada e sei que a chave do mistério está em desvendar a personalidade dela. Porque se os vampiros não deixam vítimas para trás, há algo diferente sobre ela e, para mim, só quando soubermos quem é Wilhelmina que compreenderemos o interesse dos vampiros nela. Eu acho que Romani concorda comigo porque ele estava bastante ansioso para falar com Jonathan.

Quanto a mim, Fontana e Lazar, nós vamos investigar um suposto mapa levando ao covil dos vampiros que o Mestre da Cidade encontrou em sua casa pela manhã. Ele disse que o mapa apenas apareceu sobre a mesa do seu escritório, o que me fez pensar que a casa dele não é tão segura quanto nos levou a acreditar. Na verdade, até a taverna dos Bogdan foi comprometida. Fontana contou que recebeu a visita de uma vampira ontem à noite, então não estamos seguros nem em nossos próprios quartos e teremos de tomar providências quanto isso. Não será um problema, afinal, viemos preparados para repelir sanguessugas.

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