O vilarejo de Pitești enfrenta ameaças sobrenaturais há anos, mas os humanos encontraram formas de se defender e se orgulhavam de jamais terem precisado de ajuda externa para lidar com as criaturas. Até uma série de tragédias abater a cidade. O sequ...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A estrada que os caçadores precisaram tomar para chegar a Pitești estava mais para uma trilha, tão tortuoso e fechado que era. Os equipamentos chacoalhavam e tilintavam entre si na carroça alugada, fazendo mais barulho do que os enviados do Vaticano desejavam, competindo com o assobio de Vicenzo sobre qual era mais alto. Hércules estava sentado na carroça junto com os armamentos, sua cabeça apoiada na madeira, observando as árvores passarem.
— Dance of the Sugar Plum Fairy — Constantin deu o nome à melodia. — Tchaikovsky.
Ele cavalgava ao lado do homem em seu próprio cavalo, estando eles na dianteira do grupo, a frente de Alessandro que levava a carroça. A retaguarda da carroça contava, finalmente, com Violetta e Dante. Ele pensara em começar alguma conversa com a mulher, mas ela parecia ocupada.
E de fato, Violetta se ocupava admirando a natureza ao seu redor. Verde sempre foi sua cor favorita, e agora ela estava rodeada por todos os lados do verde majestoso da floresta, sequer tinha tempo para sentir medo ou aflição da mata que se fechava a cada galopada a mais que eles davam.
— Precisamente, meu colega. — Vicenzo respondeu, com sua voz fluida e amigável, cessando o assobio por alguns segundos antes de retomá-lo.
— Tenho mais apreço por Bach.
Vicenzo riu.
— Sabia que teria.
Se olhares fossem frases, o de Constantin seria algo como "o que quer dizer com isso?"
— Você parece ser o tipo de pessoa quanto-mais-clássico-melhor.
— Eles são clássicos por um motivo.
Vicenzo virou o olhar para trás.
— O que me diz, Fontana?
Alessandro dirigiu seu olhar aos homens, se perguntando o porquê de Vicenzo ter decidido o incluir na conversa tão repentinamente. Ele optou por cavalgar no cavalo da carroça justamente porque era a opção menos interativa.
— Eu o vi tocando piano na igreja, — Vicenzo esclareceu. — certamente deve ter uma opinião sobre.
— Gosto de Beethoven e Chopin.
A conversa foi interrompida pelo arquejo de Hércules que, de cima da carroça, começou a latir para a floresta. Alessandro foi desacelerando a carroça instintivamente, não tendo nem tempo de parar completamente antes do cachorro pular da estrutura e começar a correr floresta adentro. Com o susto pela movimentação e latidos do cão de caça, o cavalo de Dante relinchou e se ergueu, por pouco não derrubando o homem de cima de si.
— Ferraz, controle o seu cão! — Dante gritou, retomando o controle do animal.
Vicenzo já virava seu cavalo em direção à floresta.
