Prólogo - Parte Final

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O imponente Condessa Elisabeta cortava as ondas tranquilas do Adriático em direção ao litoral da Croácia, onde seus passageiros desembarcariam dali algumas horas

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O imponente Condessa Elisabeta cortava as ondas tranquilas do Adriático em direção ao litoral da Croácia, onde seus passageiros desembarcariam dali algumas horas. Dentre as pessoas que viajavam a bordo do Condessa, havia um pequeno grupo de figuras soturnas que viera do Vaticano. Era verdade que os marujos ficaram um tanto inquietos com a presença daqueles tipos estranhos, mas o capitão já estava acostumado a prestar seus serviços aos guerreiros do Vaticano.

Já passava um pouco das 16h00 e o sol se aproximava cada vez mais da linha do horizonte. Apesar da falta de nuvens no céu, tratava-se de um dia frio e por isso, Dante e Constantin, que estavam na proa do navio, usavam pesados casacos para se protegerem da gélida brisa marinha. A temperatura incomodava principalmente Constantin, que nunca gostou de passar frio.

Dante estava apoiado na borda do navio, os braços cruzados e o olhar baixo, atento ao mapa de Pitești que Constantin havia aberto sobre um barril. Eles colocaram pequenos objetos pesados que encontraram para manter o mapa estendido enquanto Constantin deslizava o indicador pela superfície e explicava a formação do vilarejo e a geografia dos arredores.

— A não ser que eles tenham progredido em descobertas nos últimos anos, ninguém sabia onde ficava o clã das bruxas ou o covil dos vampiros — ele concluía sua breve palestra —, havia algumas suspeitas de que o covil poderia ficar ao norte e o clã a noroeste. — Constantin parou de falar de repente e fechou os olhos por alguns segundos.

É claro que Dante notou. Suspeitava que o caçador tivesse enjoo marítimo desde a última missão que foram juntos, há alguns anos. Ele também sabia que era melhor não falar nada, mas acontece que não conseguiria resistir àquela oportunidade de ouro de provocar o colega que sabia não gostar dele.

— Está se sentindo bem, Lazar?

— Eu estou bem.

— Talvez você devesse deitar um pouco e descansar — Dante insistiu. — Eu e o Fontana podemos terminar de...

— Eu já disse que estou bem — Constantin o cortou, irritado por estar sendo tratado como a criança frágil que não era.

— Para alguém que lê tanto você não parece saber o significado de "bem".

— Hilário. — Ele fez uma careta desgostosa. — Eu leio o suficiente para saber que você não é tão esperto quanto pensa que é.

Dante apenas ergueu as sobrancelhas e virou o rosto, claramente discordando do outro caçador, mas desistindo de continuar aquela pequena discussão. Sim, ele achava que seria melhor se Constantin fosse descansar, não por se preocupar com o homem, mas porque ainda tinham uma longa viagem até a Romênia e só depois de alcançarem seu destino é que o verdadeiro trabalho começaria. Para isso, precisavam de toda equipe muito bem disposta.

Para ser sincero, Dante preferiria discutir aqueles planos com Alessandro Fontana ou Vincenzo Ferraz, mas Fontana estava verificando o inventário de armas — era comum algumas munições de prata "desaparecerem" em navios com vários passageiros — e Ferraz fazia companhia ao seu cachorro, Hércules, que não era permitido no convés superior. E Dante não sabia, mas Vincenzo também sofria ali embaixo, porque detestava lugares fechados.

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