Laços

É sua filha!

Foi apenas uma noite. Jungkook viu um garoto loiro dançar animado e, após uma boa conversa, acabaram no quarto de um motel, aquela foi a melhor noite da sua vida. O garoto era muito, mais muito bom de cama.

Era uma adorável lembrança e sempre lhe trazia um sorriso aos lábios. Apesar de não saber o nome do ômega, deu-lhe seu telefone, mas ele nunca ligou.

E, agora, parado diante de si, estava um rapaz magro com um bebê nos braços, quer dizer, não tão bebê assim, parecia ser uma garotinha de dois anos.

―Oi... quem é você?

― Park Jimin ― disse, sorrindo. ― Essa é Lis.

Jungkook ficou mudo. O que no mundo um ômega e um bebê estavam fazendo parados na sua porta?

― Eu te conheço?

― Sim… bem, podemos dizer que sim.

O bebê começou a chorar e, antes que o Jeon pudesse impedir, o ômega entrou em sua casa.

― Foi uma noite ― Jimin continuou ―, há dois anos você me deu seu número, mas eu não liguei.

― O quê? ― Olhou novamente para o ômega, que em nada lembrava o garoto sensual que ainda lhe povoava os sonhos. ― Não.

― Sou eu sim. ― Sentou no sofá, tentando acalmar o bebê. ― Só estou com menos glitter.

― Não sei o que quer ― falou, sério, já recuperado do choque. ― E não quero realmente saber. Saia.

Os olhos pequenos lhe encararam furiosos.

― Lis é sua filha! ― Quase cuspiu as palavras.

― Como vou saber se é verdade? ― Deu de ombros, o que deixou o menor ainda mais irritado.

― Eu sei. Você é o pai!

― Não. Com toda certeza, não sou. ― Pegou ômega pelo braço e jogou-o pela porta afora. ― E não volte mais aqui.

[...]

Tinha sido há duas semanas, depois daquela visita inesperada, nenhum sinal do ômega. Jungkook já tinha esquecido... não, realmente não tinha esquecido, afinal, viu o ômega sair chorando com seu bebê.

― E se for meu? ― A pergunta saiu dos seus lábios e agora parecia ser real, podia ser seu. ― Droga! Não posso deixar um filho meu perdido.

Contudo, tinha um problema. Havia colocado o ômega para fora e a única coisa que sabia era o seu nome: Park Jimin.

― Jungkook, que foi? ― A voz forte do irmão mais velho o acordou dos seus devaneios.

― Nada não.

― Qual é o nome do “nada”? ― Namjoon disse, sério.

― Lis…

― Hm. Lis. ― Repetiu e viu o moreno assentir. ― E o que tem a Lis? Foi pra cama com ela e não quer mais?

― Não. Namjoon, ela tem dois anos.

O irmão lhe lançou um olhar interrogativo.

― Meu problema se chama Park Jimin. ― Suspirou. ― Foi com esse que fui pra cama.

Não precisou dizer mais nada, seu irmão entendeu de imediato e não pareceu gostar.

― Cadê eles?

― Esse é parte do problema… eu não sei.

― O filho é seu?

― Não faço ideia.

Outro momento de silêncio.

― Vamos descobrir. ― Namjoon ligou para alguém e passou o nome do ômega.