O cemitério

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Minho saiu do inferno com passos firmes e rápidos, não podia ficar muito tempo ali, Chan não o denunciaria o que não poderia dizer dos guardas na porta ou mesmo da prostituta que esbarrou nele na saída.

― Você é novo aqui ― ela disse animada, estava tão drogada que não o reconheceria nem que ele fosse próprio Top.

― Estou de saída ― afastou a ômega para o lado.

Ela cambaleou se apoiando na parede, olhou perdida por um momento, Minho quase sentiu pena da jovem, nem todas estavam ali por escolha e aquela parecia recém chegada. Deu uma segunda olhada e pode ver as marcas no pulso, correntes? com certeza ela não estava ali por vontade própria.

― Não se envolva ― a voz mansa veio de trás. 

Chan alertou e Minho cruzou a porta deixando a jovem e o beta, respirou o ar frio da madrugada. O guarda estava fumando e ele aproveitou a distração para passar discreto, entrou no carro e dirigiu para o cemitério. Parte de si queria acreditar que Chan mentiu que estava apenas fazendo piada de si, como vingança pela sua vida não ser o que ele esperava. Na organização ninguém era dado a piadas, e menos ainda as que envolvessem dinheiro.

O cemitério ficava no final de uma alameda, árvores frondosas ladeavam a entrada que era guardada por um portão de ferro antigo digno de um filme de terror.

Manobrou o carro afastado da entrada, longe da visão de algum curioso, vasculhou o portas luvas pegou a lanterna testou e feche de luz pálido acendeu. Pulou o portão e iniciou a busca.

Ali era território neutro a tríade garantia isso, ainda que o cha Choi tentasse quebrar essa ordem, Namjoon manteve o ‘último descanso’ como um lugar livre das rivalidades das organizações. Caminhou por entre as lápides, o gramado estava úmido seu coturno cravou nele enquanto a luz amarela da lanterna deixava os nomes visíveis. 

 ― Achei – Focou o túmulo, não era algo caro e ainda assim, não era algo que o irmão de Jihoon poderia ter pago – Então você estava aqui.

Sentou ao lado da lápide e olhou para a foto que carregou consigo nos últimos dias ela retrata um do garoto sorrindo.

 ― Park JiHoon –  pronunciou o nome como se isso fosse capaz de tornar sua busca real, por um momento chegou a acreditar que o ômega nunca tivesse existido, diante da dificuldade em saber algo sobre ele ― Então esse é você. Sabe o quanto eu te procurei nos últimos meses?  

Deixou a luz da lanterna parar sobre a foto, tocou nela o papel estava gasto pelo manuseio constante apesar disso mantém a imagem nítida, o garoto estava diferente da foto que trazia consigo, curvou o corpo para perto da lápide, logo acima do nome o retrato do ômega emoldurado em aço inox com um detalhe oval,  olhou atento talvez quisesse provar que não era o Jihoon quem sabe fosse Jimin.

Assombrado com a semelhança, checou novamente o garoto na moldura da lápide parecia mais magro, olhos fundos e expressão abatida. Apenas uma pessoa no mundo saberia quem era o garoto no túmulo, e essa pessoa estava desaparecida.

― Vou achar seu irmão ― prometeu.

Guardou a foto no bolso, metade de sua busca estava terminada, agora lhe restava encontrar a outra parte do quebra cabeças. Decidido a buscar por toda verdade sobre os Parks. 

 ― Sabe que, os ratos sempre fogem – a voz chamou sua atenção  ― eu andei procurando por um ratão!

Minho levantou rápido, buscou pelo dono da voz e encontrou o alfa a alguns metros de si.

 ― Olá querido primo – Minho cumprimentou o alfa.

 ― Não somos mais família – a resposta veio enquanto ele caminhava a passos firmes reduzindo a distância entre eles. – Não pense nisso.

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