Uma pista

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Minho foi até o clube, procurou pelo ômega porém sem sucesso, quando viu o rapaz magro de cabelos loiros servindo bebidas no bar.

-Oi  –Chamou e loiro se virou o encarando.

-Oi – os olhos mediram o beta de cima a baixo – O que quer?

-Estou procurando por Jihoon, você o conhece?

O omega deu um sorriso de lado enquanto decidia o que diria.

-Talvez, depende de quem quer saber.

-Estou sem tempo – Minho disse sério – Onde ele está?

O loiro se inclinou levemente para frente e empurrou um guardanapo na direção do Minho.

-Não faço ideia – disse debochado – Se não vai beber nada, melhor sair logo.

O beta, pegou o papel discretamente e saiu deixando o barman e os clientes para trás.

O lugar era diferente dos clubes da tríade, estava cheio de menores e os garotos seminus desfilavam por entre as mesas. Minho tinha abandonado a sua própria família a muito tempo, e apenas Namjoon e Jungkook conheciam seu segredo, saiu do lugar e foi seguido de perto por um dos guardas do clube.

-Cho Minho – o grandão disse em um tom de empolgação.

O beta virou e encarou o alfa.

-O cão traidor voltou – ele disse em escarnio.

-Não sei quem é você – Choi respondeu baixo ao se aproximar do alfa – E tenho certeza que não me conhece.

O alfa deu um passo para frente sorrindo presunçoso quando percebeu que era bem maior que o beta.

-Sei que você é um cachorro traidor – ele agora tinha um ar de superioridade – e vai ser tratado como o verme que é!

-Por você? – Minho olhou ao redor, não tinham quase ninguém na rua e o seu perseguidor tinha feito questão de segui-lo até um lado escuro perto de um beco.

-Sim vou levar sua cabeça para o Top, ele está na cidade.

Minho não expressou surpresa, apesar do nome do irmão lhe causar um arrepio na coluna.

-Não vai ser dessa vez – Minho deu um passo para trás e já ia se afastar.

-Está com medo! É um covarde mesmo.

O beta tinha apenas ganhando distancia, a necessária para sua arma fazer o trabalho. Diferente dos mafiosos comuns, Cho Minho usava uma maneira sutil de lidar com os oponentes, sua marca registrada, a que usava apenas no território da sua família, o fio fino de aço que estava preso em seu braço esquerdo soltou-se e chicoteou o outro.

-Que merda! – o alfa cambaleou para trás, levou a mão ao pescoço, tentando impedir que o próprio sangue fugisse de si.

O corte feito pelo chicote de aço, era limpo e sem som, o alfa caiu inconsciente pela perda de sangue.

-Devia ter ficado lá dentro – Minho limpou o fio com o lenço branco e jogou sobre o corpo já sem vida – velhos hábitos não mudam.

....

O guardanapo que o barman lhe entregou tinha um telefone, ligou e foi atendido.

-Oi, você é rápido – a voz do omega soou animada – estou saindo daqui agora, me encontre no blue.

A ligação foi desligada, Minho conhecia o lugar era uma lan house que ficava em uma zona neutra.

-Oi - o omega se aproximou sentando na cadeira ao lado.

-Então, onde está Jihoon?

-Me diga primeiro de onde conhece ele?- o omega estava decido a fazer as perguntas.

-Conheço o irmão dele – Minho falou calmo e viu que o garoto pareceu em dúvida.

-Sabe que Jihoon tem um irmão?

O omega negou com cabeça.

-Bem, nesse caso sou eu quem tem dúvida sobre o que você sabe– Minho jogou.

-Nos dividimos o apartamento, eu não sabia nada sobre o irmão dele.

Minho tirou a foto do bolso e empurrou sobre a mesa, e o loiro a pegou e olhou sorrindo.

-Gêmeos – o sorriso foi triste – eu não sabia, Jihoon não é de falar muito.

-Onde ele está?

-Eu não sei, ele sumiu – devolveu a foto – deixou todas as coisas e não voltou mais.

-Posso ver?

O omega, ficou indeciso afinal estava diante de um desconhecido.

-Não sei.

-Se eu quisesse te machucar – Minho falou calmo –Já teria feito.

Os olhos do garoto se arregalaram.

-Não sou como os caras do bar.

-A ...e o que me garante que não vai me machucar.

-Pode confiar – Cho levantou e deixou o dinheiro na mesa para pagar o café que o outro tomou – Vamos.

....

O apartamento era simples dois cômodos, e o quarto dos omegas era dividido por uma cortina.

-Essas são as coisas dele – falou ao passar a cortina – Tudo está como ele deixou.

-Quando foi a última vez que viu ele?

-Foi a uns dois anos e meio – sentou na cama – ele estava apavorado, e disse que tinha que fazer uma coisa e voltava logo.

Cho olhou ao redor, roupas e algumas revistas e nada que indicasse para onde o Park teria ido.

-Acho que ele se envolveu com quem não devia. - o rapaz comentou olhando saudoso as coisas do amigo.

-Por que diz isso?

-Uma noite meses antes dele sumir – o rapaz levantou e pegou uma caixa no armário – Ele chegou com muita grana e com isso.

O beta pegou a foto, e para sua surpresa  era um recorte de jornal com a foto do Jeon.

-Quem é esse?- fingiu não saber.

-Um riquinho, o cara é um playboy dono de um clube no lado Sul da cidade – falou com um sorriso de quem claramente não sabia quem era o Jeon – Jihoon disse que ia sair com ele e estava super feliz.

-E depois?

-Não disse mais nada, ele veio com a grana e só – deu de ombros – e depois disso, disse que tinha coisas a fazer e sumiu.

-Entendi – devolveu a foto ao rapaz – Não suma.

-Não vou a lugar nenhum. – Disse rindo – e abandonar esse paraíso.

Cho foi até a porta, parou antes de sair se virou para ao loiro.

-Me ligue se precisar.

-Kim kibum, mais pode me chamar de Key – omega disse ao esticar a mão para um cumprimento.

-Cho Minho –apertou a mão do loiro – me ligue se precisar.

-Eu vou.

....

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