Noite ruim

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A chuva ficou mais forte, e logo as goteiras começaram, o loiro espalhou as vasilhas pelo assoalho e arrastou o conjunto de edredons que faziam o coxão para o centro do quartinho.

Jimin demorou dormir naquela noite, a chuva o assustava não as leves, tinha medo das tormentas principalmente dos relâmpagos, permaneceu sentado velando o sono da filha, os clarões seguidos dos estrondos, causados pelos trovões ficavam a cargo de aterrorizar ainda mais o ômega.

 ―  Dorme nenê do meu coração... ―  cantarolou para si mesmo, tentando distrair a mente.

 Outro estouro e dessa vez a luz caiu, Jimin arregalou os olhos mordeu o lábio contendo o grito não podia assustar a neném, deitou e fechou os olhos escondendo a cabeça embaixo da coberta voltando a cantar baixinho, até que a chuva diminuiu e acabou adormecendo.

...

 ―  Hei Jiminie! – as batidas fortes na porta – hei abra Jiminie!

 ―  Droga  ―  o loiro acordou com os gritos do filho da proprietária, ele devia estar bêbado novamente.

―  Abra Jiminie! – A voz denunciava a embriaguez.

Jimin engatinhou no assoalho indo até a porta, arrastou a cômoda fazendo uma barricada, se aquele louco ia tentar entrar de novo, dessa vez o ômega estava preparado pegou o taco improvisado que ele mesmo fez com uma madeira pesada.

―  Abra essa maldita porta!   ―  Chutou e bateu mais algumas vezes – Abre! Estou mandando! – Rosnou usando a voz de alfa.

O ômega gelou temeroso, seu sangue parecia gelo nas veias.

 ―  Tenho que aguentar.... – Trincou os dentes resistindo ao som autoritário do homem do outro lado da porta – o que eu faço?

Olhou para a neném que dormia, ou quase já que os gritos e batidas estavam perturbando seu sono, e nesse momento o loiro mordeu o próprio braço a dor o fez ‘acordar’, afinal só um alfa lupos pode exercer o poder completo sobre um ômega não marcado, e essa era vantagem do Park não conhecia nenhum lupus.

Lis acordou e começou a chorar Jimin correu e a pegou nos braços, tentando acalmar a criança, o alfa na porta parecia que tinha desistido ou caído de bêbado do lado de fora.

―  Não podemos viver assim – sussurrou abraçando a filha – Não podemos.

***

As horas se arrastaram e quando finalmente amanheceu, o ômega já tinha arrumado todos seus pertences o que se resumiam a uma bolsa grande e duas mochilas, a mobília que tinha no quarto era alugada e não pertencia outros pertences.

Abriu a porta encontrando o alfa dormindo ao lado, desviou não queria correr o risco de acordá-o, seguiu até a casa da proprietária que ficava na frente do seu quarto, a mulher o encarou satisfeita quando ele disse que estava partindo.

 ― Já vai tarde – resmungou ela.

...

Agora o ômega tinha um problema maior, não tinha um lugar para ir e nem dinheiro, todas suas economias tinham sido gastas no último mês quando perdeu o emprego, porém não tinha o alfa louco o perseguindo e isso era uma coisa boa.

Suas opções se resumiam em voltar na casa do Jeon e implorar por ajuda, aquela ideia não era boa o alfa nem quis ouvir o que ele tinha a dizer e pior o tinha expulsado.

 ― Péssima ideia – falou para si mesmo. –Melhor ir para sauna, podemos ficar uma semana tenho dinheiro para isso.

Era um pouco frustrante, sua pequena não falava muito e às vezes o loiro tinha a impressão que ela devia ter alguma dificuldade, e esse um dos motivos que o fez procurar o alfa, sabia que Jeon era um playboy que gastava a fortuna da família em festas e bebidas, não custaria nada ajudar no tratamento da própria filha, suspirou cansado.

 ― Um idiota que nem merece saber que tem você Lis – falou com mágoa. – Não precisamos dele.

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