O omega daquela noite

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― Não vai ficar? Seu ômega está aqui — o primo provocou.

 ― Suga, me esquece. — Saiu do escritório. Sua intenção era ir direto para o carro, porém, fez um desvio.

O seu primo sentia prazer em atormentar-lhe e estava usando o ômega para isso.

[...]

Jungkook estava próximo à porta, pronto para sair, quando ouviu uma voz infantil chamando pelo ômega. Ele deu um passo em direção à escada, decidindo entre ver ou não ver a filha, por fim, subiu os degraus quase correndo, parando em frente à porta. Ela estava semiaberta e lá dentro do quarto, sentado no tapete, estava o loiro brincando com a menininha.

 ― Qual é o nome desse? — O ômega apontou um urso de pelúcia para a garotinha.

 ― Ur… so. — Ela tropeçou nas letras com sua vozinha infantil.

 ― Muito bem, amor! — Jimin curvou-se e abraçou a menininha, beijando-a na bochecha. — Agora de novo.

 ― Urso! — gritou ela, animada, batendo palminhas.

O alfa sorriu, aquela era a sua filha aprendendo palavras e rindo.

 ― Minha filha — disse, para si mesmo.

 ― Agora ele é um CA-VA-LO. — O loiro soletrou, paciente, enquanto a garotinha brincava com um urso marrom. — Vamos, princesa. Ca-va-lo.

 ― Ca... valio — ela gaguejou e não conseguiu repetir.

 ― Tudo bem, amor. — Abraçou a pequena e beijou-lhe a face.

Jungkook podia sentir o cheiro doce do alourado e ouvir sua voz, o riso e, ainda assim, não conseguia associar o Park ao de dois anos atrás, nada nele lembrava o garoto que ainda povoava sua mente. Levou a destra aos fios rebeldes que insistiam em cair sobre os olhos, em uma tentativa de distrair a própria mente. Seja o que tivesse acontecido com Jimin, mudou-o completamente, ele estava diferente da única noite que compartilharam a cama. Por mais que o alfa quisesse relembrar, suspirou, desistindo da ideia.

E antes que o ômega o visse, Jungkook afastou-se do quarto e seguiu seu caminho, indo direto para o clube, precisava, e muito, de uma bebida. 

[...]

Jimin levantou e foi até a porta, tinha tido a impressão de que alguém estava parado ali e quando a abriu, viu o lúpus se aproximando.

 ― Namjoon — sorriu ao cumprimentar o mais alto.

 ― Jimin. — O Kim parou diante do alourado, olhando do menor à garotinha agarrada a um ursinho. — Está tudo bem?

 ― Está sim — Jimin ficou um pouco perdido com a presença forte do alfa —, estamos bem.

 ― Avise-me se precisar de alguma coisa. Boa noite! — Afastou-se, seguindo para o final do corredor, onde ficava o próprio quarto.

 ― Boa noite! — Entrou rápido e encostou a porta atrás de si. — Estou ficando doido! — Pousou a pequena mão em cima do peito, sentindo o coração acelerado.

 ― Omma. — A pequena agarrou a perna do ômega.

 ― Seu omma está ficando doido. — Levantou a filha no colo.

Deu banho e colocou a pequena para dormir. 

Talvez fosse só impressão, mas jurou ter sentindo o cheiro amadeirado do Jeon em sua porta, talvez fosse sua mente lhe pregando uma peça e ainda tinha o Namjoon com aqueles olhos profundos e a voz forte, que fazia suas pernas tremerem.

Suspirou, desanimado.

― Não posso pensar nisso. — Chacoalhou a cabeça, negando os pensamentos. — Não posso.

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