- Wyatt, me explica agora o que aconteceu.
Sarah pergunta enquanto acomodava o filho em um pequeno quarto perto do seu, não tinha nada além de uma cama de solteiro, um guarda-roupas, uma mesinha de cabeceira, uma escrivaninha e uma cadeira, como todos os outros quartos reservados para os empregados.
Hoje em dia era raro empregados viverem na mesma casa dos patrões e nessas condições, entretanto, Sarah não tinha do que reclamar, quando foi para a casa dos Martell tinha acabado de completar quinze anos, não tinha casa nem dinheiro, apenas um bebezinho que teve com o namorado bem mais velho que ela, acabou não tendo muita escolha.
- Eu fui expulso, simples - responde Wyatt se tacando na cama - aquela escola não era para mim mesmo.
- E por isso você botou fogo no quarto?
- Foi um acidente - se defende se sentando - eu não tive culpa, foi meu colega quem botou fogo e se mandou!
- Foi ele quem foi pego se dragando também? - Wyatt fica quieto, sabia a opinião de sua mãe para certos assuntos. Sarah se senta ao seu lado - Quantas vezes eu tenho que te falar que esses narcóticos só deixam o seu cérebro mais lento? Ainda mais misturando isso com remédio controlado, você é um artista tão talentoso, meu filho, não se acabe desse jeito não.
Sarah leva sua mão acariciando a bochecha de Wyatt, no fundo ela se sentia culpada por todos os problemas do filho, sentia como se o tivesse abandonado no momento que mais precisou dela, mesmo fazendo tudo que fez para que Wyatt pudesse ter sua melhor chance na vida, todas as oportunidades que ela teve e um dia desperdiçou. E Wyatt, bom, esse amava sua mãe mais que tudo no mundo, ela era a única família que tinha, a única que o amava verdadeiramente, só que doía não ter sua mãe sempre presente, sempre ao seu lado como esteve na vida de outro, era difícil convencer sua cabeça de que sua mãe não abandonou o próprio filho para cuidar dos filhos de outra pessoa.
- O que importa é que eu estou bem - diz se desvinculando do toque da mãe - te arranjei problemas vindo aqui, não foi?
- Claro que não - nega com a cabeça - eles são assim mesmo, mas talvez eu devesse ir embora mesmo, esse seu ato de rebeldia no colégio foi claramente para chamar atenção.
- Sei, sei - fala se levantando - vou fingir que acredito que trocaria o riquinho minado por mim, vou fingir aqui.
- Wyatt - Sarah fala em tom de repressão, mas sorrindo, se levantando e abraçando o filho mesmo ele relutando - você sabe que eu te amo, e por favor, a única coisa que te peço é para não ficar pegando no pé do Jaeden, eu sei como você é cara de pau e irritante, por favor, não provoca ele!
- Por que? Tem medo que eu seja uma má influencia para seu filhinho perfeito?
- Estou falando serio, por mim não teria problema, o Jaeden é um bom menino, seria uma ótima influencia para você, mas os pais dele não concordam. Então fica na sua, aqui quietinho, e deixa ele em paz.
- Pode deixar, que eu não vou te obedecer - fala se soltando e recebendo um olhar repreendedor - qual é? O menino é todo engomadinho, cheio de não me toque não me rele, mimadinho, o bullying já vem pronto!
- Wyatt! - diz o batendo - você anda fazendo essas coisas?
- É brincadeira, sua velha louca, brincadeira - fala desviando dos tapas - eu só vou irritar o Jae Jae um pouco, vou chamar ele assim, gostou?
- Não - coloca as mãos na cintura - já pode ir parando com essas gracinhas, e nem vai pensando que está de férias por aqui, agora que conseguiu minha atenção, vai ser guiado em rédea curta!
Sarah deixa bem avisado, coisa que Wyatt ignorou e pensou que nunca foi dito, sua mãe até tentava colocar limites no filho, mas nessa altura já não funcionava mais, nunca funcionou, a cabeça do Oleff sempre funcionou de um jeito diferente, uma maneira única que só ele tinha de ver o mundo ao seu redor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Filho da Empregada - Jyatt
Hayran KurguOnde Jaeden odeia o filho da empregada Ou Onde Wyatt adora implicar com o riquinho mimado