Surra

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Notas da autora: este capítulo contém gatilhos.

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Integra acorda e a primeira coisa que olha, são as marcas de bala que deixara na porta, na noite anterior. Ao seu lado na cama, sua arma com balas especiais, destinadas a Alucard, quando fica com raiva suficiente e quer fazer dele seu alvo.

Na noite anterior, o vampiro mais uma vez salvara a sua vida, e, o mais irônico, da mesma forma que salvara sua vida tantos anos antes, como na noite em que o acordara de seu longo sono com seu sangue.

A Hellsing levanta da cama e vai direto para o banheiro de sua suíte, se preparando para um banho em sua banheira, a fim de se preparar para um novo dia. Como de costume, liga a torneira da banheira, tirando a camisola e entrando na água em seguida, mergulhando o rosto debaixo d'água para molhar seus longos cabelos loiro platinados.

Demora um pouco mais do que o costume em seu banho, para lavar de sua alma todas as lembranças da noite anterior, pelo menos, todas as referentes a Philip, pois a volta de Alucard ainda está bem viva em sua mente, e esta volta de seu servo, sabe que não poderá esquecer.

Termina o banho, veste um roupão e volta para seu quarto, a fim de colocar uma roupa qualquer para passar o dia. Abre seu armário e tudo o que encontra são modelos de roupas femininas, nestas horas, sente falta do passado, onde costumava se vestir como um homem para comandar sua organização.

Sem pensar muito, a Hellsing pega a primeira peça de roupa que vê pela frente. Um elegante vestido em corte reto, até a altura de seus joelhos, com um discreto decote em V e um cinto de couro para amarrar na cintura, o vestido é preto, o que a loira acha perfeito, pois combina muito bem com seu humor.

Coloca uma meia calça transparente também preta e um scarpim com salto agulha feito do mesmo tecido do vestido. Escova os cabelos, coloca seus óculos e procura por um charuto, não encontrando nenhum.

― Philip. – resmunga a Hellsing, sabendo que seu marido odeia seu vício em cigarros.

A loira deixa seu quarto furiosa, caminhando pelo corredor da mansão com passos furiosos até adentrar o quarto no final do corredor, o quarto de seu marido, e não percebe a criança atrás de si, a seguindo com passos lentos e fazendo o mínimo barulho possível, a fim de não ser percebida. A menina vê a mãe entrando no quarto e apenas observa de longe, em uma distância segura para não ser vista por nenhum dos dois.

Integra entra no quarto furiosa, e encontra Philip terminando de vestir seu terno e amarrar a gravata, o homem percebe a entrada da esposa, mas não se dá ao trabalho de se virar para olhar para ela e continua concentrado em dar o nó de sua gravata.

― Enfim se lembrou de que tem um marido, Integra? – pergunta o loiro, terminando de dar o nó em sua gravata e se virando para encarar a esposa.

― Não estou nem aí para o fato de você ser meu marido. – responde a Hellsing – E quem você acha que é para tirar meus charutos do meu quarto?

― Não gosto de seu vício em cigarros. Faz mal a Isabelle.

― Não me importo com sua opinião sobre meu vício. E eu sou a mãe de Isabelle, sei melhor do que ninguém o que faz bem ou não a Isabelle.

Philip olha para Integra de cima a baixo, com os olhos verdes repletos de emoções conflitantes. Luxúria e ódio brigando dentro de si, porque não pode negar que Integra é uma bela mulher, e, o vestido cai bem demais no corpo dela. Olha para as mãos da loira e percebe a ausência de sua arma, e a roupa feminina não contém bolso algum, mostrando que no momento ela não passa de uma mulher frágil, assim como todas as outras. A diferença, é que Integra tem um gênio forte, mas que ele sabe como contornar. Se não a tem por amor, tem pela dor, ou pela chantagem, tanto faz. Mas mesmo assim, ela é somente dele e de mais ninguém, muito menos do vampiro que voltou e que acha que tem algum direito sobre ela.

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