Festim de Sague

Depois da Tempestade

Ainda mergulhada na água quente da banheira e após derramar inúmeras lágrimas que não fora capaz de segurar, Integra, se sentindo um pouco mais inteira, pega um sabonete e uma esponja de banho e, bem devagar, começa a passar a esponja por seu corpo, especialmente nos lugares onde o homem que se intitula seu marido deixara sua marca. Quer lavar todo o seu corpo, para tirar dele todas as marcas deixadas por Philip. Infelizmente, alguns hematomas, marcas de mordida e machucados ainda ficarão em seu corpo, e só sumirão com o passar dos dias. Mas, pelo menos, seu sangue derramado e o sêmen do homem que quase a teve da pior forma possível está conseguindo lavar de seu corpo.

A loira de cabelos platinados encara a porta do toalete, sabendo perfeitamente bem que Alucard está lá, do lado de fora, aguardando por ela. Ainda não sabe o que a fez chamar por ele, talvez seu desespero, pois mulher nenhuma gosta de ser tomada a força, mas, tudo o que sabe, tudo o que tem certeza, é de que Alucard a salvou bem a tempo de ser penetrada por aquele homem...! Philip pode ter abusado de seu corpo de outras maneiras, pode ter conseguido ter um pouco de prazer, mas o prazer absoluto, o clímax, aquilo que ela nunca sentiu, ele não conseguiu...! Não desta vez...!

Contra sua vontade, Philip fez com seu corpo o que bem entendeu, abusando dela como um animal selvagem, a fim de atender as suas necessidades carnais...! Mas, desta vez, seu servo a livrou do pior...! Desta vez, o homem não conseguiu o prazer que queria ter a força com ela...!

Infelizmente, sabe que isso não ficará assim...! Conhece Philip perfeitamente bem e sabe o que ele tem contra ela, o que ele pode usar...! E, bem em seu íntimo, sabe que a vingança de "seu marido" será mais terrível do que tem coragem de imaginar...! Philip não pode contra a fúria de Alucard, o Nosferatu mais poderoso que já existiu. Mas, contra ela, e, muito pior, contra Isabelle, as coisas são completamente diferentes...! Infelizmente, Philip é um homem vingativo, capaz de ir até as últimas consequências para conseguir o que quer, e se, para isso, tiver que fazer mal a própria filha, não pensará duas vezes em fazê-lo. E ela, como mãe, precisa proteger sua filha, seu único tesouro, custe o que custar!

Philip pode fazer o que bem entender com ela, mas não com Isabelle!

Após se lavar inúmeras vezes, a fim de tirar todos os vestígios possíveis que Philip lhe deixou sai da banheira, e pega uma toalha se sacar. Sente dor ao simples contato da toalha em seu corpo, nos machucados deixados por Philip e, se seca bem devagar, a fim de sentir o mínimo possível de dor. Depois, coloca suas roupas íntimas e uma camisola qualquer, para então deixar o quarto.

Não se surpreende ao encontrar o vampiro parado na porta do toalete, feito um guarda costas.

― Por que ainda está aqui? – pergunta Integra, o tom de voz já normalizado.

― Eu disse que não sairia daqui. – responde o vampiro.

A líder da Hellsing caminha em direção a sua cama e percebe que as roupas de Philip sumiram, assim como os lençóis e cobertores sujos com seu sangue e com as marcas de Philip foram substituídos.

De repente, Integra se dá conta de que está exausta e que, precisa urgentemente de um descanso, de pelo menos tentar dormir um pouco e se refazer. Com uma boa noite de sono, voltará a colocar a máscara de durona e indiferente, que se acostumou a usar na frente de Philip, todas as vezes que ele a teve contra sua vontade ao longo de seu casamento.

Integra está prestes a se deitar, mas, Alucard continua a encarando, seus olhos cor de âmbar frente a frente com as profundezas dos olhos azuis de sua mestra.

― O que quer? – pergunta a líder da Ordem Real dos Cavaleiros Protestantes.

― A ordem. – responde o Nosferatu.