O Plano de Philip

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Na manhã seguinte, Integra acorda e não se surpreende nem um pouco ao ver Alucard em pé, ao lado de sua cama, como se fosse um guarde de vigia, zelando por seu sono. Em outros tempos, isto seria motivo mais do que suficiente para fazê-la pegar sua pistola com balas de mercúrio abençoadas e dar alguns tiros na cabeça do vampiro, apenas para mostrar quem está no comando!

Mas não hoje...! Não depois de tudo o que houve na última noite...! Não depois de Alucard a ter salvo de ter sido violentada pelo marido mais uma vez...!

Assim como ao amanhecer de todas às vezes em que fora estuprada, se sente humilhada e destruída, por dentro e por fora! Por dentro, as marcas de sua alma, mostrando que apesar da fachada de durona é apenas uma mulher...! Uma mulher como qualquer outra...! Que é obrigada a sucumbir ante a força e prepotência de um homem. E, por fora, as marcas físicas da pior de violência que uma mulher pode sofrer...!

― Não é culpa sua, Integra! – fala Alucard, tirando a loira de cabelos platinados de seus pensamentos – Você é apenas uma vítima daquele animal que se autodenomina seu marido!

― Está lendo a minha mente de novo? – questiona a Hellsing.

― Não preciso. – responde Alucard – Depois do que vi ontem, depois do que a salvei, eu realmente não preciso ler sua mente para saber o que deve estar passando por sua mente. Embora ainda não entenda o motivo de você permanecer casada com este crápula.

― Já disse que isso não é da sua conta, vampiro!

― Não mesmo? Integra, você sabe o que eu pretendo fazer com este crápula! No início, eu iria apenas mata-lo da forma mais dolorosa possível, e lhe daria o coração dele como prova do meu apreço por você. Mas agora, isso é pouco, minha mestra! Com ou sem sua ordem eu vou castrar este homem de forma sádica e cruel, deixarei que ele viva por uns dias com a dor de perder o que tem entre as penas, para nunca mais abusar de você novamente!

Integra simplesmente não responde, pois uma parte dela tem um grande desejo de que Alucard faça mesmo o que ele bem quiser com Philip, porém, outra parte de si, e, provavelmente a parte mais racional, sabe que esse desejo é uma completa loucura, e que se por um momento de loucura pode ser o fim de sua pequena Isabelle, e, como mãe, precisa proteger sua filha custe o que custar!

É por ela, por Isabelle, que Philip faz o que bem entende! Philip pode ter sido o maior erro que já cometeu em sua vida, mas pelo menos ele lhe dera Isabelle, e ama a filha acima de qualquer coisa!

― Você não pode fazer mal a Philip. – sentencia a dama da Hellsing.

― E por que não? – questiona o vampiro – Eu vi o que ele fez com você, como também vi claramente que você não queria aquilo, Integra. Você estava desesperada, nunca antes tinha visto você daquela forma, e mesmo assim você me diz que não posso mata-lo!

Integra quer falar, dizer que há coisas que vão muito além da compreensão do vampiro. Ela é uma humana, e humanos cometem erros, com relação a Philip, ela está apenas pagando pelo erro que cometeu ao aceita-lo como marido, tantos anos atrás.

Mas Alucard é um vampiro...! Um Nosferatu...! Um imortal...! O mais poderoso de sua raça...! E nunca será capaz de entender o que Philip tem contra ela...! O que a faz ser submissa a Philip...! Na noite passada, em seu desespero, chamada por ele, e, no mesmo instante ele estava ali, como um Cavaleiro da Noite a protegê-la de um de um verdadeiro demônio em forma humana chamado Philip.

"Seu marido" chama Alucard de monstro, porém, ele consegue ser um monstro ainda pior do que o Nosferatu, pois Alucard segue apenas seu instinto, faz aquilo que nascera para fazer, enquanto Philip vai contra os bons instintos do ser humano, usando de meios sórdidos e covardes para conseguir aquilo que quer.

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