Dez.

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- O que aconteceu? - Maryam me pergunta quando me vê saindo do banheiro.

- Nada. - Dou os ombros. - O que você quer?

-  Acabei de me dá conta que esqueci de confirmar as flores para a festa. - Ela parece desesperada. - Preciso que você vá na floricultura confirmar para mim.

Arr, eu vim para cá para descansar ou para trabalhar?

- Por que eu? - Pergunto.

- Por que eu tenho que procurar um vestido para a vovó. - Ela explica. - Vou falar com o Noah para ir com você, sei que você está com saudade dele. Mas eu preciso da sua ajuda.

- Okay. - Reviro os olhos. - O que eu preciso fazer?

- Aqui tá uma lista. - Ela tira um papel do bolso e me entrega. - É só você confirmar se tem a quantidade e todos os tipos de flores. Preciso que confirme especialmente os lírios e a tulipa, são as preferidas do papai e da mamãe.

- Tudo bem. - Concordo. - Precisa de mais alguma coisa?

- Não. - Ela sorri e me abraça. - Obrigada maninha.  Vou falar com o Noah.

Enquanto a minha irmã foi para a cozinha, eu fui para o meu quarto pegar a chave do carro e um casaco.

- Vamos? - Noah me pergunta no pé da escada.

- Sim. - Ele estende a mão para mim. - O que é?

- Vem, me dá mão. - Ele sorri debochando com a minha cara.

Primeiro foi aquele abraço exagerado e agora ele quer das as mãos?  Ele só pode está querendo me matar.

Desço as escadas passando por ele.

- Sabia que não parecemos nem um pouco com um casal apaixonado? - Ele me pergunta atrás de mim.

- Eu não tô nem aí. - Dou os ombros. - Eu nunca fui de me apaixonar mesmo. Seria estranho se eu de repente fosse toda carinhosa.

Saímos de casa e seguimos em direção ao meu carro.

- Não pareceu isso com o cara lá dentro... 

- Parece que alguém está mesmo com ciúmes. - Dou risada destrancado o carro.

Noah da a volta e senta no banco ao meu lado.

- Não é ciúme. - Ele diz convicto. - Só é estranho você ser tão boazinha com um cara que você mal conheceu e comigo que sou quase seu marido você tratar assim, as pessoas vão começar a falar.

- Primeiro: é marido falso não se esqueça e segundo, eu não sei se você já notou mas eu estou pouco me lixando para o que as pessoas vão falar.

Dou a partida no carro saindo da propriedade dos Sylla's.

- Mas eu ligo. - Ele diz como se fosse óbvio. - Exijo que me trate melhor. E que mostre o mínimo de consideração pelo o que eu estou fazendo por você.

Olho para ele incrédula. Por mim? Eu sei que Noah nunca faria algo para me ajudar. Ele não aceitou esse nosso acordo por mim foi por ele, por que não tinha um lugar para dormir.

- Foi um acordo de mão dupla. - Digo. - Não diga como se você tivesse feito para me ajudar, você também ganhou alguma coisa com isso.

- Mas você ganhou mais. - Ele rebate. - Mas tudo bem, eu mereço se tratado assim. Afinal eu sou só um batista sem teto.

E eu fico calada.

Eu sei bem do que ele está falando. Da forma que a minha mãe tratou ele.

A minha mãe tem tantos defeitos e manias que eu nem consigo contar. Mas o maior problema dela é a língua e muitas vezes acaba me machucando.

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