Vinte.

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Abro os olhos ainda um pouco tonta e vejo que não estou no meu quarto e sim no quarto do Noah.
Não acredito que eu vim atrás dele. O que a bebida não faz né?

Felizmente estou sozinha, provavelmente ele já saiu para trabalhar.

Viro para o lado e vejo um papel em cima da cômoda.

"Bom dia docinho, fiz café e coloquei um remédio para você em cima do balcão. Coma alguma coisa antes de ir trabalhar.

Até mais tarde, seu marido."

Dou um sorriso com a mensagem, as vezes ele consegue ser um fofo.

Eu acho que mereço beber um café do meu marido depois da noite puxada de ontem.

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Hoje eu coloquei um salto vermelho, talvez seja coisa da minha cabeça mais usar vermelho sempre me deixou mais confiante.

O elevador abre no último andar e eu respiro fundo antes de sair.

Como sempre a secretária do senhor Fuller, Hina, está sentada em sua mesa. Assim que me vê e levanta.

- Bom dia senhorita, no que posso ajudá-la?

- Senhor Fuller está lá dentro? -  Pergunto.

- Sim, mas... - Não deixo ele terminar e vou caminhando até a porta do escritório. - A senhorita não pode entrar.

Posso fazer o que eu quiser.

Abro a porta e os dois homens me olham ao mesmo tempo.

Eu estou nervosa, não é todo dia que eu peço demissão. Mas eu não deixaria ele saber disso.

- Sinto muito senhor Fuller, ela entrou sem permissão. - A secretaria atrás de mim fala.

- Está tudo bem Angelina, eu queria mesmo falar com a Diarra. - Ele diz tranquilo.

O que ele queria falar comigo? Vai me demitir? Ele não se atreveria. Eu quero me demitir!

- Por favor Senhorita Sylla. - Ele aponta para a cadeira do lado do homem e eu me sento. - Esse é o senhor Ferraz. Essa é a advogada Sylla que eu estava te falando...

O encarei sem entender, por que eu estou no assunto?

- Prazer em conhecê-la. - O homem alto me estende a mão e eu aperto, mesmo ainda confusa.

- Igualmente.

- Senhor Collins Ferraz precisa de um advogado. - Senhor Fuller continua. - Então eu pensei que a nossa melhor advogada poderia assumir o caso dele.

Eu sou a melhor advogada? É claro que sou. Mas por que ele me daria um caso se me tirou de outro?

- Eu não entendi. - Digo. - Me tirou do caso do senhor Rodrigues para me dar o caso desse senhor?

- É exatamente isso. - Ele se encosta na cadeira. - Queria ter de dito ontem, mas vou não me deixou terminar.

Eu não deixei ele falar? Mas ele me disse claramente que eu tinha me casado e que eu ia precisar de tempo. Pode até não parecer mas eu não sou louca.

Mas eu não vou falar nada ainda, quero saber mais sobre o caso desse tal Collins Ferraz.

- Então, por que precisa de um advogado? - Cruzo as pernas me entrelaço meus dedos.

- Eu não fiz nada de errado. - Se defendeu. Rápido demais para o meu gosto. - O problema é que eu tenho um filho ou uma filha. Eu não sei. Quando eu era adolescente minha namorada na época ficou grávida, mas eu não soube de nada.

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