Doze

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Respiro fundo, sentando na minha prancha.

Eu surfo desde que tinha treze anos... Na verdade eu aprendi escondido dos meus país.

Lembro como se fosse hoje, na primeira vez que eu fugi de casa. Minha tinha brigado comigo por ter  quebrado o vaso dela sem querer. Então eu saí de casa e vim para praia.

Foi quando o senhor Claker me viu. Ele me perguntou o que tinha acontecido. Eu não quis dizer mas mesmo assim ele se ofereceu para me ensinar a surfar, desde então eu sempre vinha para cá quando alguma coisa dava errado. Aprendi que o mar me acalma.

Nado até a uma parte mais calma do oceano, mas para o fundo onde as ondas aínda não se formam e deito na prancha olhando o céu.

Tudo o que eu queria era não lembrar de como eu sou patética. Eu não tenho nem capacidade de ter um namorado de verdade.

A minha mãe tá certa. Eu sou mesmo uma fraca.

- Oi.

Me viro em direção a voz conhecida, esquecendo que estou em cima de um pedaço de madeira por isso me desequilíbro entrando de cara na água.

Sinto meus pulmões arderem quando volta para a superfície. O nariz arde eu tento respirar.

- Você está bem? - Ele me olha chegando mais perto de mim.

- Olha o que você fez, Imbecil! - Reclamo dando um passo para trás. - Como me achou?

- Não foi difícil. - Ele diz se colocando do meu lado. - Está bem mesmo?

Pareço bem?

- O que está fazendo aqui? - Pergunto agora que consigo ver bem outra vez. Noah está com roupas de surf e uma prancha na mão.  Ele sabe surfar?

Mesmo que saiba, não me importo.

- Queria saber onde você estava. - Ele responde.

- Quero ficar sozinha. - Digo.

- Eu sei, já me disseram isso. - Ele diz olhando para frente. - Mas não vou embora sem você.

Suspiro, não quero discutir com ele.

Na verdade ninguém nunca veio atrás de mim, nenhuma vez. E a única pessoa que sabe sobre isso é Heyoon. Ela deve ter falado com ele.

Ficamos sem silêncio. O Mar está calmo agora por que eu vim para uma área que não tem muitas ondas.

- Eu te vi surfando. - Ele diz subindo na prancha. - Você é muito boa.

Eu pensei que ele iria perguntar sobre a minha briga com a minha mãe. Por algum motivo, fiquei feliz por esse não ser o caso.

- Eu sei. - Digo. - Você sabe surfar?

Eu admito, estou curiosa.

- Eu passava as férias na casa de um tio meu em Malibu, ele me ensinou. - Ele diz dando os ombros. - E você sabe desde quando?

Ele deita na prancha azul de barriga para baixo esperando a minha resposta.

- Eu tinha treze anos. - Respondo.

- Legal. - Ele me olha. - Quer apostar quem pega mais onda?

- Não estou afim. - Viro pegando a minha prancha.
Na verdade já estou cansanda de surfar.

- Não sabia que era tão covarde. - Ele diz dando um sorriso. - Está com medo de perder para mim?

Me preparo para rebater o comentário dele, mas eu percebi o jogo. Ele quer me fazer de besta. Me provocar para que eu entre no jogo dele. Mas isso não funciona comigo.

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