Vinte e quatro.

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Deito na minha cama e encaro o teto.

Eu não posso estar gostando dela.

É claro que ela é bonita, decidida, inteligente e as vezes ela é legal. Mas não é motivo para me apaixonar.

Quer dizer, talvez esse seja um motivo. Mas eu não posso esquecer que ela é muito desagradável, metida e mandona.

Mas o sorriso dela...

Ahhh eu estou tão confuso!

É melhor eu ir dormir, talvez isso passe amanhã.

Fecho os olhos mas abro os quando escuto batidas na porta.

- Noah, está dormindo? - Diarra me pergunta do lado do fora.
AA
Eu estou querendo esquecer ela e aparecer aqui no meio da noite não me ajuda em nada.

- Não. - Respondo.

- Que bom. - Ela diz abrindo a porta e ligou a luz. - Eu vim te avisar que vou viajar amanhã.

Diarra está de hobby e com o cabelo solto. Isso também não me ajudou muito.

- O quê? Assim de repente? - Sento na cama.

- É, por causa do caso do senhor Ferraz. Vai ser uma viajem de três dias. - Me Explica.

- Então o caso do filho desaparecido é dele? - Pergunto surpreso, eu não esperava por isso. Esse mundo é realmente pequeno.

- Sim. - Ela suspira.

- O que foi?

- É que esse caso é mais difícil do que eu pensava, parece que estamos andando dentro de círculo dando voltas e mais voltas sem sair do lugar. Até hoje eu não avancei em nada. Nenhuma pista nem nada. - Ela parece frustrada. Isso não está me ajudando.

- Vem, senta aqui. - Bato na cama a chamando para se juntar a mim. No início ela exita mas depois vem e senta do meu lado. - Eu acho que uma pessoa não desaparecesse do nada. Já que você vai viajar, deve ter uma lista de bebês e mamães que nasceram naquele anos. Você só precisa saber o nome da mãe aí você sabe se era um menino ou uma menina.

- Isso não é fácil, quem entregaria uma lista para mim? - Ela me pergunta como se fosse óbvio.

- Você não tem amigos polícias? Pensei que polícia e advogados eram amigos.

Pelo menos é isso que eu vejo nos filmes de ação.

Ela ri.

- Isso só acontece em filmes, na verdade a polícia odeia os policiais por que soltamos quem eles prendem.

- E então?

Diarra olha para frente pensativa.

Ela aperta os olhos quando pensa e isso é muito fofo, eu acho que ela nem percebe.

- Talvez não seja uma ideia ruim. - Volta a me olhar e eu viro para frente envergonhado por estar encarando ela. Eu não posso deixar ela descobrir os meus confusos sentimentos por ela. - Sabe, eu não tenho contato com a polícia mas o senhor Ferraz pode ter ou pode ter contato com alguém que trabalha naquela cidade. Ele morava lá.

- Está vendo, eu não sou um complemento inútil. - Brinco.

- Obrigada, você tem sido de grande ajuda para mim. E eu que na verdade preciso mais de você do que você de mim.

Droga, por que de todos os momentos Diarra tem que ser legal agora? Essa situação toda, não me ajuda nem um pouco.

- Mas se não fosse você eu estaria morando naquele bar agora, ou morando na rua.

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