Dezessete.

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Abro os olhos um pouco tonta, vejo uma mesa de cabiceira e um buquê sobre ela. A parede é branca. Esse quarto não é meu.

Hotel?

Desço os olhos até a minha barriga e vejo duas mãos segurando a minha cintura. Como?

Noah e eu dormimos de conchinha?

O que aconteceu?

Flashback on.

- Isso é horrível. - Reclamo quando o Noah usa o cartão para desbloquear a porta do nosso quarto de hotel.

- Docinho, por favor, fique caladinha. - Noah diz me dando espaço para entrar.

- Eu vou quebrar seus dentes se me mandar calar a boca outra vez. - Digo seria passando por ele. - Ou se me chamar de docinho outra vez.

- Por que você é tão doce. - Ele ironiza.

A porta é fechada e eu suspiro. Eu estou tão cansada que nem quero discutir com ele.

Meu pai pagou a noite nesse hotel.
Ele me deu de presente, por que eu não quis uma lua de mel. Eu não ia deixar ele pagar uma viagem com o meu marido falso.

Mas não pude fazer nada em relação a esse hotel.

Então eu vou ter que ficar aqui com o Noah.

E depois do nosso beijo, a última coisa que eu queria era ficar sozinha em um quarto com ele.

- Esse lugar é realmente chique. - Noah diz olhando ao redor.

- Tanto faz. - Dou os ombros sentando na cama de casal com pétalas de rosas espalhadas. - Que desperdício, as flores morrerão em vão.

- É romântico. - Noah me olha. - Sabia que ainda existe romance no mundo?

Grandes coisas, eu não acho que romance seja importante.

- Eu não ligo. - Respondo.

Me jogo para trás e encaro o teto. Já deve ser quase três da manhã. Eu estou cansada, mas não estou com sono.

- Vou tomar um banho. - Noah anúncia depois de olhar todo o quarto.

Ele pega a sua mala pequena e entra no banheiro.

E eu respiro fundo.

A Partir de agora eu sou Diarra Urrea.
Que sensação estranha.

Fecho os olhos tentando relaxar.

Vai ser só um ano.
Ninguém vai se machucar, Ninguém vai se magoar, Ninguém vai descobrir. Repito no meu inconsciente.
Eu quero me convencer que isso vai acontecer.

- Hei Diarra, por que apagou a luz? - Ouço a voz do Noah e abro os olhos confusa.

O quarto está todo escuro.

- Não apaguei. - Digo levantando da cama. - Acho que acabou a luz.

Caminho até a grande sacada e olho para Los Angeles completamente escura. É um blecaute?

A porta do banheiro é aberta e Noah passa por ela sem camisa. A luz da lua ilumina um pouco o quarto e eu fico chocada em ver ele assim.

Quer dizer, o que eu faço agora?

Noah parece não se importar comigo e vai até a cama sentando e pega o telefone fixo.

- Aqui é o quarto 605. - Ele diz. - Compreendo. Okay. Certo. Obrigado.

Me aproximo dele quando ele coloca o telefone no gancho.

- O que disseram? - Pergunto.

- Parece que eles não podem fazer nada. - Ele me olha. - E as portas estão trancadas por que não tem energia e por segurança ninguém entre ou sai. Estamos presos aqui.

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