Capítulo 13

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E agora, enquanto posso, estou segurando com as duas mãos. Porque para sempre eu acredito que não há nada que eu possa precisar além de você...

Nickelback - Never Gona Be Alone


***

Hazel se sentou na banqueta da ilha da cozinha e cruzou os braços sobre o mármore do balcão.

— Ela dormiu? — perguntei, terminando de processar o gengibre e o hortelã.

— Dormiu, finalmente. — Respirando fundo, Hazel soltou os cabelos da presilha que os mantinha presos no topo da cabeça e passou a penteá-los com os dedos. — Me lembre de proibi-lo de dar doces a ela.

— Me lembre para poder lembrá-la.

Ela rolou os olhos com um sorriso cansado nos lábios.

— O que está fazendo?

— Não vou dizer ou você não irá querer.

Desconfiada, ela girou sobre o assento da banqueta e desceu dela.

— Só por não saber o que é já me dá vontade de rejeitar. — Contornando a ilha da cozinha, ela parou ao meu lado e avaliou minha pequena bagunça. — O que é isso?

— Verá depois — insisti, reprimindo um sorriso.

Hazel estreitou os olhos e pousou a mão no pé da minha coluna.

— Não vou colocar nada na boca se não souber o que é.

Isso me fez parar para olhá-la. Arqueei as sobrancelhas.

— O que você anda colocando na boca?

Hazel deu de ombros e me abraçou pela cintura, evitando meu olhar.

— Ainda nada comprometedor.

Procurei seus olhos e ao ter o vislumbre de seu sorriso zombeteiro, uma réplica muito parecida surgiu no meu rosto.

— Estou tentando ser um cavalheiro preparando um drink para você e você não está ajudando.

Levantando o rosto para poder me encarar de volta, ela sorriu e se levantou nas pontas dos pés.

— Talvez eu não queira que você seja um cavalheiro esta noite — sussurrou ela, pincelando os lábios nos meus.

Um ronrono soou do fundo da minha garganta à medida que meu corpo se rendia à vontade incessante de beijá-la. Não que precisasse de muito. Eu vivia constantemente atormentado pelo desejo de tê-la em meus braços, principalmente quando aquilo era impossível devido às circunstâncias desfavoráveis. Então quando, finalmente, estávamos à sós, nós aproveitávamos para esvaziar o pote de beijos que não foi possível trocar durante o dia.

Largando os utensílios sobre o balcão, curvei o corpo para poder ficar o mais próximo possível sem exigir muito de Hazel e sua estatura baixa e apoiei as mãos em sua cintura estreita. O som doce e sutil de aprovação que ela emitiu fez com que meus quadris se projetassem para a frente, colando em seu baixo ventre. Os braços de Hazel envolveram meu pescoço e seu tórax fora pressionado contra o meu no processo. Eu nunca me cansaria daquilo: do encaixe perfeito que tínhamos.

Subindo as mãos de encontro aos meus cabelos, Hazel os soltou do elástico e massageou o couro cabeludo com as pontas dos dedos. Uma arfada de ar deixou meus pulmões em apreciação pelo gesto, e nossos lábios estalaram quando tomei uma curta distância.

— Eu já falei o quanto adoro quando faz isso? — perguntei.

— Não — sussurrou ela, descendo as mãos por minha nuca até pará-las sobre o peito. — Mas pode me mostrar.

The Obstetrician _ Livro 3 [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora