Capítulo 10

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Já havia acordado uns minutos atrás, mas ainda estava aproveitando a cama aquecida pelas cobertas e meu corpo. Tudo parecia tranquilo, claro, tinha o problema de ainda ter que explicar para Andromeda como havia aparecido no quarto da filha dela no meio da noite, mas gostaria de manter a paz naquela casa por algum tempo. Toda a tranquilidade se foi, quando, sem nenhum aviso, uma força me empurrou e eu caí, fazendo um enorme barulho.

–Que isso? –Tonks levantou, assim que acordou assustada.

–Bom dia Nymphadora. Isso foi meu corpo caindo da cama, já que foi empurrado por você –falei me levantando.

–Ah, foi mal. É que to acostumada a dormir sozinha né, Lestrange –ela implicou de volta por eu tê-la chamado pelo nome –Que horas são?

–Quase nove.

–Vamos descer pro café?

–Claro, e você acha que a sua mãe vai fazer o que quando me ver aqui?

–Merda, esqueci disso... O acha que podemos falar?

–Nem ideia.

Escutamos uma batida na porta e nos encaramos, não tínhamos preparado nada, nem uma ideia do que falar tínhamos.

–Filha? Está tudo bem aí? –a voz de Ted veio do lado de fora, felizmente ainda com aporta fechada.

–Oi pai, só caí da cama, relaxa.

–Tudo bem então. Sua mãe já terminou de arrumar o café, desça logo –escutamos os passos se distanciando aos poucos, mas ainda não tinha confiança de falar em voz alta.

–Precisamos decidir o que fazer rápido, Dora –cochichei pra ela.

–Abaffiato –ela apontou a varinha para a porta –Olha, você já está aqui de qualquer jeito e sua tia sabe disso, se não veio te buscar é porque não quis, o que pode ser considerado uma permissão, então....

–Não temos que pensar em nada então?

–Ela vai ficar brava seja lá o que for que inventarmos, o jeito é usar dessa brecha que temos na verdade.

–Pra mim tá ótimo.

–Espere até ver ela brava. Aqui você é da família, ela vai virar um monstro com as duas.

–Qual a chance dela me expulsar daqui?

–Nenhuma, ela tava doida pra você vir.

–Então tá tranquilo.

Arrumamos a cama e ajeitamos minhas coisas num canto do quarto. Depois trocamos de roupa o mais rápido possível e por fim fomos descendo para a cozinha cuidadosamente.

Comecei a reparar na casa, era bem simples, mas muito bem cuidada, o que a deixava extremamente bonita e acolhedora. O piso, assim como o corrimão e a escada, era de madeira, as paredes cor creme e a decoração com cores claras, várias fotos dos Tonks e algumas pinturas, mas essas estavam estranhamente paradas.

Dora me guiava para a cozinha, eu estava andando com os passos mais leves que podia, mas não adiantou nada. Assim que viramos o corredor. Demos de cara com Ted. O homem abriu a boca, como se fosse falar alguma coisa, mas não conseguiu. Olhou cada uma de nós de cima a baixo, fechou os olhos e respirou fundo.

–Querida?

–Sim? –Andromeda respondeu do final do corredor, na cozinha.

–Estamos esperando visita? – manteve os olhos fechados.

–Acho que não amor, Alya não respondeu nada ainda, respondeu?

–Bom, acho que gostaria de dar uma olhadinha nisso aqui –ele saiu da nossa frente e encostou na parede. Dromeda apareceu no fim do corredor secando as mãos, mas, assim que seu olhar encontrou os sorrisos sem graça que eu e Dora tínhamos estampados no rosto, deixou o pano cair.

Endless Nightmares - George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora