Capítulo 17

80 12 11
                                    

Depois de voltar para Hogwarts, estava um pouquinho mais preocupada com o que iria acontecer em casa, mas não poderia fazer nada. Cheguei à conclusão que se fosse pra ter um casamento como aquele, que morresse solteira. Quero alguém que não me machuque nem física nem emocionalmente. Alguém que estaria disposto, ou disposta, a dar tudo de si para mim. Eu com certeza iria querer me entregar para uma pessoa dessas.

Mas enquanto isso tudo rolava na casa, o caos se manteve na escola. Agora os jogos haviam sido cancelados e até as pessoas que não tinham medo, agora andavam com cautela pela escola, à exceção de George e Fred Weasley, mas isso é normal.

Erin Dolohov, sempre mostrava a que veio e não perdia uma só chance de tentar me tirar do sério. Mas ela estava perdendo jeito para a coisa, eu tinha uma resposta para quase tudo e muitas vezes só não ligava. Isso estava irritando mais ela do que eu.

A última briga que havia me metido, foi uns dias depois da volta do Natal, com Draco. Ele estava com dois amigos enormes, empurrando e xingando um menino entre eles.

–Que porra é essa Malfoy?

–Fica na sua.

–Deixa o menino em paz –ele parou e me encarou com raiva.

–Você é insuportável com essa síndrome de herói, acha que o mundo todo gira em volta de você e que vai conseguir salvar a tudo e todos pra ter seu mundinho perfeito.

–Malfoy, larga o garoto.

–Vá a merda –então o garoto que estava sofrendo bullying se virou pra mim. Neville Longbottom, sabia que ele não havia ficado mais calmo com a minha chegada ali. Eu entendia o lado dele.

–Malfoy tira a mão dele antes que eu tenho que colocar a minha em você.

–Acha mesmo que faz alguma diferença você vir pra cima de mim? –ele debochou.

–Mais do que você pensa, mas talvez minha mão pese mais na minha varinha. Você sabe que não me bate em feitiços –ele me encarou por um segundo, depois recolheu a guarda e saiu andando. Obviamente não ia deixar barato, passou do meu lado e esbarrou com força no meu ombro.

Neville me encarou por alguns segundos. Ele não sabia como falar, nem o que falar. Então eu fiz isso por ele.

–Desculpa Neville. –então eu saí dali.

***

Já era início de janeiro, não aguentava mais a enrolação de George. Não é possível que demore tanto para um presente. Até comecei a me sentir mal por ter dado algo não tão complicado pra ele, mas depois lembrei que ele estava fazendo isso porque quis. Eu estava ansiosa. Não sou de cobrar nada, como disse a Dora, mas já estava ficando curiosa demais em relação a isso. Já tinha ido atrás dos dois durante intervalos, café da manhã, almoço, jantar e até nas nossas aulas compartilhadas. Mas George se mantinha firme na resposta: "Precisa ficar perfeito, Alya, deixa eu fazer com calma pra ter certeza". Aquilo estava me matando por dentro, tentei até falar com Fred, mas ele também insistia em não falar nada. Por fim, eu já estava desistindo e aceitando que hora ou outra ele ia acabar esquecendo. Mas não funcionava assim com George Weasley.

Era quinta-feira, eu já estava me preparando para dormir, e escuto alguém batendo na minha porta. Era uma corvina com quem já tinha conversado, mas não era muito íntima. A garota foi curta e grossa: "Tem alguém te chamando lá fora da comunal". Saí do quarto, onde estava sozinha e fui para a entrada, de pijama mesmo. Quando abri a porta, cheguei a duvidar um pouco, mas aí lembrei que tudo é imprevisível com ele.

–O que tá fazendo aqui, George?

–Seu presente. Só que não dá pra te entregar aqui na frente de todo mundo, quer ir pra algum lugar?

Endless Nightmares - George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora