Capítulo 12

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As coisas não acabaram bem para mim naquelas férias, mas isso já era esperado. Felizmente, não acabei tão mal quanto poderia, ainda tinha um teto para morar. Narcisa passou uma semana sem me dirigir nenhuma palavra, além das óbvias: "Você não sai mais de casa nessas férias". Por um momento pensei em responder algo, tipo "como se eu tivesse algum outro lugar para ir" ou "esse era o meu plano mesmo", mas decidi não piorar as coisas para meu lado.

Havia uma semana que Lúcio tinha voltado da viagem estranha, ele estava muito esquisito, sumia boa parte do tempo. Dobby dizia que ele estava em casa, mas eu não o via em lugar nenhum, isso até alguns dias atrás. Peguei uma capa de invisibilidade do Draco, já estava velha, e muitas vezes não escondia a pessoa muito bem. Fui seguindo o homem, onde quer que ele fosse, eu estava atrás, escondida na capa e atrás de móveis.

Depois de uns dois dias assim, vi o homem parar no meio da sala, e checar se estava sozinho. Ele, puxando alguns livros da estante, fez com que uma parte do chão se mexesse e segundos depois, era como se uma escada no chão desse acesso ao que parecia ser um cômodo que sempre esteve ali. O único problema é que em praticamente doze anos naquela casa, nunca tinha visto, muito menos ido nele. Assim que Lucio passou, o buraco no chão se fechou e eu me encontrei sozinha na sala. Eu não conseguiria entrar naquele lugar, não prestei atenção suficiente nos livros e também seria mais fácil dele me notar.

Estava quase desistindo de espera-lo ali, era ridículo isso. Tá bem, ele tinha um segredo, isso não era só esperado, como óbvio também. Já havia me levantando de trás de uma das poltronas, pronta para sair, quando o chão deu uma tremeu de leve e aquela escada apareceu novamente, em questão de segundo. Me abaixei pelo susto, não o via mais, mas podia escutar.

–Agora aquele Weasley de merda vai ter o que merece. –ele disse saindo e o buraco no chão se fechou, como se nunca tivesse existido.

Weasley? Que Weasley? Provavelmente Arthur, o ódio que os dois tinham um pelo outro era enorme e quase mortal. O homem loiro passou do meu lado, mas por sorte não me viu. Pude notar em sua mão um caderno preto, sem nenhum tipo de escrita ou decoração externa. Alguma coisa iria dar errado para os Weasley, não podia deixar isso acontecer, de jeito nenhum. Assim, que Lucio virou o corredor saí correndo para o quarto de Draco.

Assim que entrei no quarto do pequeno sonserino, o vi na cama, brincando com um pomo de ouro. Despi a capa e o garoto arregalou os olhos, quase gritou.

–Não grita, fala baixo –falei fechando a porta.

–Porque tava com a minha capa?

–Precisei dela, aliás, essa já ta meio ruim, compra outra.

–Pra que precisou?

–Draco, eu descobri uma coisa –ele me olhou com uma expressão séria e de medo –Seu pai vai fazer algo com os Weasley, provavelmente o pai deles –o garoto fez menção a falar –Não é hora para ser rude e esnobe, sabe que seu pai pode passar do limite às vezes. Só não quero que ninguém se machuque ou morra.

–Eu sei...você tá certa. Mas, como você sabe disso com tanta certeza?

–Eu tava seguindo ele, o vi entrando em um lugar no chão que eu nem sabia que existia.

–Eu sei que lugar é esse, é onde ele esconde a maioria dos objetos das trevas.

–Agora eu só tenho mais certeza. Mas tá, aí quando ele saiu, falou assim; "Agora aquele Weasley de merda vai ter o que merece". Depois eu só vi ele passando com um caderno preto na mão.

–Pera, um caderno preto?

–Sim eu. Caderno preto, todo preto, sem nada na capa, só preto.

–Eu sei que caderno é esse, e, acredite, não são os Weasley que estão em perigo –o garoto se levantou, parecia preocupado.

Endless Nightmares - George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora