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- Queremos entender como androides viram divergentes. Sabe de alguma coisa que nos possa ajudar? - Connor perguntou mas eu já sabia onde isto iria parar.

-Ideias são vírus que se espalham como epidemias... E o desejo de ser livre é contagioso também? - O homem falou me deixando sem paciência.

- Olha, eu não vim aqui para falar sobre filosofia e olhar para o seu rosto. As máquinas que criou estão planejando fazer uma revolução... E eu agradecia que falasse alguma coisa que preste, ou senão vamos ter que ir embora... - Falei e Elija se esgueirou indo até Connor.

- E quanto a você Connor? De que lado você está?

- Não tenho lados. Fui feito para deter divergentes, e é isso que eu pretendo fazer. - Connor falou e Elija riu.

- É isso que você é programado para dizer... Mas você... O que quer realmente? - Elija se aproximou de Connor.

- O que eu quero não é importante... - Connor falou me fazendo pensar, o que Connor quer?

- Chloe... - Elija chamou a androide que foi se aproximando de Elija.

- Você deve conhecer bem o teste de turing. Mera formalidade, simples questões de algoritmos e capacidades de computação. O que importa para mim, é saber se as máquinas conseguem sentir empatia. Eu chamo de «teste de Kamski», é simples você verá... - Elija falou se aproximando da androide que ficava parada encarando um ponto no ar.

- Magnífica, não é? Um dos primeiros modelos inteligentes criados pela Cyberlife. Jovem e bela para sempre. - Elija acariciou o rosto da androide.

- Uma flor linda que jamais morrerá... Do que se trata? Peças plásticas imitando um humano? Ou um ser vivo... Com uma alma... - Elija se virou e abriu uma gaveta tirando uma arma, eu instintivamente coloquei a minha mão sobre a cintura onde eu tinha a minha guardada.

- Cabe a você responder essa fascinante questão, Connor. - Elija falou colocando a androide de joelhos e entregando a arma para Connor.

- Destrua essa máquina e eu lhe direi tudo o que sei, ou poupe-a se acha que ela tem vida, mas sairá daqui sem receber qualquer informação minha. - Elija levantou o braço de Connor o fazendo apontar a arma para a androide que olhava o chão.

- Ok, assunto encerrado. Vamos Connor, desculpa tirar você da piscina. - Falei esperando Connor se mexer.

- O que mais importa a você, Connor? Sua investigação, ou a vida deste androide? Decida quem você é. - Elija falou e eu olhei Connor que tinha seu led que piscava amarelo.

- Uma máquina obediente... Ou um ser vivo, dotado de livre arbítrio... - Elija falava e a minha raiva começou a subir.

- já chega! Connor, vamos. - Falei e Connor me olhou.

- Você deu a entender que eu estava a flertar com ela... - Connor falou e eu me aproximei dele.

- Mas isso não significa que estou chateada contigo, isso não significa que tens de atirar nela, Connor... - Falei e Elija riu me olhando.

- Você acha que ela é um ser vivo, Anna? - Elija falou e eu o olhei com raiva nos olhos.

- Olha aqui seu merda, eu não acho nada... - Falei passando por Connor saltando para cima de Elija que caiu com a minha atitude.

Eu me sentei em cima do mesmo olhando o seu sorriso de merda, ele me olhou e esperou eu fazer algo. Estava prestes a dar um soco no rosto de Elija quando senti mãos me agarrando suavemente mas com força me puxando para sair de cima de Elija. Connor me puxou e Elija se levantou rindo pegando novamente na mão de Connor e a levantando na direção da androide.

- Puxe o gatilho e eu lhe direi tudo o que eu sei. - Elija falou provocando Connor que tinha seu led louco piscando amarelo.

Connor baixou a arma e entregou a arma a Elija que sorriu.

- Fascinante... A última chance da Cyberlife salvar os humanos... Também é divergente... - Elija falava enquanto Connor respirava pesado.

- Eu... Não sou divergente... - Connor falou enquanto eu olhava seu led que não recuperava a cor azul.

- Já que Connor não atirou na Chloe, eu irei dar mais uma chance para vocês, mas desta vez, é com você, Anna... - Elija falou rindo para mim.

- Se você ficar e fizer isso comigo, mas na minha cama, eu lhe conto tudo o que eu sei... - Elija falou e eu ri pegando na mão de Connor o puxando.

- Vai se fuder Elija... - Falei e saí da sala abrindo logo de seguida a porta de casa. 

- A propósito... Sempre ponho saídas de emergência em meus programas... - Elija gritou fazendo Connor parar.

- Vamos Connor, não ouve o que ele diz... - Falei apertando a sua mão para ele se sentir mais calmo.

Connor largou a minha mão quando eu fechei a porta, eu comecei a ouvir a sua respiração pesada.

- Não atiraste porquê? - perguntei e Connor se virou se aproximando de mim.

- Eu vi os olhos dela... E não consegui, foi isso... - Ele falou inquieto.

- Sempre disseste que farias qualquer coisa para cumprir a missão. Uma chance de descobrir alguma coisa, e deixaste passar? - Perguntei e Connor me olhou se aproximando mais de mim.

- Por favor, Anna, não fica chateada comigo... Eu sei o que deveria ter feito mas não consegui, eu sinto muito... - Connor falou, eu me aproximei dele e coloquei a minha mão no seu rosto olhando os seus olhos.

- Connor, eu não estou chateada contigo, talvez, tenhas feito o certo... - Falei passando a minha mão no cabelo de Connor, seu led piscou amarelo retomando a cor normal, o azul.

- Vamos... - Falei entrando no carro.































Detroit: Become Human | Um amor impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora