Detroit: Become Human | Um amor impossível

♦36♦

Data: 10/novembro/2038
Horário: 16:00

Eu dormi algumas horas mas não muito, eu ajudei a North a contar os sobreviventes e não chegou pouco mais de 100, eu e Connor fomos dar uma volta para ver se encontrávamos mais androides mas achámos poucos escondidos. 

- Marcus, me desculpe, foi minha culpa. Os humanos conseguiram localizar Jericho. Eu fui estúpido... - Connor falou e eu me virei para ele.

- Connor... Que conversa é essa? Não é culpa tua, tu só tinhas feito o que tinham te programado para fazer, estavam simplesmente a usar-te... Eu estava a usar-te... - Falei enquanto olhava para o chão depois de me afastar um pouco de Connor.

- Você é um de nós agora, Connor. Seu lugar é com o seu povo. - Marcus falou, ele se virou para ir embora mas Connor o impediu pois o chamou.

- Existem milhares de androides na Cyberlife sendo montados. Se nós conseguirmos despertá-los, eles podem se juntar a nós e virar a disputa de poder. - Connor falou se levantando.

- Você quer se infiltrar na torre Cyberlife? Connor isso é suicídio... - Marcus tinha razão, tem muitos soldados lá e se Connor tentasse entrar ou o que quer que ele fizesse, ele seria morto na hora.

- Eles confiam em mim, vão me deixar entrar. Se alguém tem chance de se infiltrar na Cyberlife, sou eu. - Connor falou e Marcus mais uma vez o alertou que se ele fosse até lá o matariam.

- Tem alta probabilidade... Mas, estatísticamente falando, sempre tem chance de encontrar eventos improváveis... - Connor falou e Marcus se aproximou dele colocando a mão em cima do ombro dele.

- Você pode ir lá amanhã... - Marcus falou e saiu, Connor se virou para mim mas eu me levantei seguindo Marcus e o chamando.

- É... Eu sei que você não confia em mim mas, eu conheço um androide do clube Éden, se você quiser eu posso ir lá e lhe dizer para passar a mensagem para todos os androides de lá, isso se os androides ainda estiverem lá... - Falei e Connor me seguiu.

- Eu poderia dizer para eles virem para cá, eu já investiguei um caso lá e eles têm uma saída pela porta dos fundos... - Eu falei e vi Marcus me ouvir com um olhar cansado.

- Sim, é uma boa ideia... - Marcus falou e eu sorri acenando.

Marcus saiu e caminhou para um local alto para que ele pudesse falar para os androides o que ele tinha decidido.

- Os humanos tomaram a decisão de exterminar todos nós... Nosso povo está confinado em campos agora mesmo, sendo destruídos. Chegou a hora de fazermos escolhas, e elas podem muito bem determinar o futuro do nosso povo. Eu sei, eu sei que estão furiosos. E eu sei que vocês querem revidar... Mas eu garanto que a violência não é a resposta agora. Nós vamos dizer a eles pacificamente, que nós queremos justiça. Se houver alguma humanidade neles, eles vão ouvir, e se não, outros tomarão o nosso lugar e continuarão a lutar. Estão prontos para vir comigo? - Marcus falou e os androides gritaram. 

- Anna, vamos. - Connor falou e eu o segui para fora. 

- Preciso das minhas roupas para amanhã que estão em casa. - Connor falou e eu acenei com a cabeça, fomos em direção á minha casa em silêncio, entrámos no metro, eu sentei-me em um banco e Connor se sentou do meu lado enquanto me olhava.

- Está tudo bem? - Connor perguntou e eu virei o rosto para olhá-lo.

- Sim... - Falei o olhando, voltei a virar o rosto mas Connor colocou a sua mão na minha coxa me fazendo olhar de novo para ele.

- Alguma coisa te está incomodando... - Connor falou e eu encolhi os ombros.

- Anna, podes confiar em mim... - Connor falou e eu não consegui aguentar o choro.

Eu coloquei as minhas mãos para enxugar as lágrimas que saíam como uma cascata, Connor colocou as suas mãos no meu rosto e o puxou para cima para me olhar.

- M-Me desculpa Connor, eu sou uma má pessoa... - Eu falei tentando esconder o meu rosto choroso de Connor que insistia em o puxar para cima.

- Não, isso não é verdade... Eu nunca te devia ter colocado no meio disto... - Connor falou limpando as lágrimas que agora já estavam mais calmas.