♦4♦

102 11 0
                                    

- Agente, acho que descobri o que aconteceu. - Connor falou me assustando.

- Há é? Então conta, estou ouvindo... - Falei vendo Connor caminhar até á cozinha.

- Tudo começou... Na cozinha. - Connor falou me olhando.

- Temos óbvios sinas de resistência... A questão é, o que aconteceu aqui... - Falei olhando o taco.

- Acho que a vítima atacou o androide... Com o taco. - Connor falou.

- Aí concorda com as evidências, mais? - Perguntei para Connor vendo o mesmo ir até o faqueiro onde faltava uma faca.

- O androide esfaqueou a vítima. - Connor falou e tudo fez sentido.

- Então o androide tentou defender-se, não é? Ok, e o que aconteceu depois? - Perguntei e Connor foi até á entrada da sala.

- A vítima fugiu para a sala de estar, para se afastar do androide, e o androide matou a vítima, com a faca. - Connor falou terminando o relatório.

- Ok, a tua história não é totalmente ridícula... Mas não nos conta onde o androide foi. - Falei vendo como Connor iria se safar desta.

- Ele foi danificado pelo taco... E perdeu tírio. - Connor falou e eu tentei perceber o que era a porra de tírio.

- Tírio, vocês chamam de "sangue azul". É o fluido que alimenta os nossos biocomponentes. Ele evapora após algumas horas e fica invisível a olho nu. - Connor falou olhando para o chão.

- Ah... Mas aposto que consegues ver, não é? - Perguntei vendo Connor me olhar atentamente.

- Correto. - Connor falou e olhou em seguida para o chão.

- É... - Falei terminando a conversa, segundos depois vejo Connor pegar uma cadeira.

- Ei, Connor! O que estás a fazer? - Perguntei correndo até o mesmo.

- Eu vou levar esta cadeira para poder subir ali. - Connor apontou para o final do corredor.

Segui Connor e vi o mesmo subir na cadeira e abrir uma porta, ele saltou para dentro subindo o sótão. Eu me sentei no chão enquanto esperava Connor, olhei o meu telemóvel e vi que eram 00:13, hoje eu não vou poder ter uma boa noite de descanso. De repente, começo a ouvir som de vozes, me levantei e tentei olhar pela pequena porta.

- Connor, o que está a acontecer aí em cima? - Perguntei enquanto eu olhava pela porta.

- Está aqui, agente! - Connor falou e eu corri até á cozinha.

- Caralho... Chris, Ben venham cá agora! - Chamei esperando os dois aparecerem.

Eles chegaram enquanto eu tentava olhar para dentro do sótão.

- O que se passa? - Chris perguntou e eu pude ver Connor pegar uma escada.

- Connor encontrou o androide... - Falei pegando na cadeira e a colocando de lado.

Connor me deu a escada e eu a posicionei para que ele pudesse descer com o androide. O androide de Carlos Ortiz desceu e Chris me deu as suas algemas, fechei as algemas nos pulsos do androide e foi aí que eu pude ver que ele estava muito danificado e seu led estava vermelho. Chris e Ben levaram o androide enquanto eu esperava Connor descer.

- Muito bem, Connor. Conseguiste encontrar o androide. - Falei e vi o led de Connor ficar amarelo por leves segundos.

- Obrigada, agente. Mas este é o meu trabalho. - Connor falou arrumando a escada do lado da parede.

Caminhávamos para fora de casa, os paramédicos levavam Carlos Ortiz para fora da casa, já não havia ninguém nas ruas, só uns jornalistas que insistiam em me perguntar se realmente era um homicídio ou não. Fiz o dedo do meio para os jornalistas e os mesmos mudaram de alvo passando a perguntar para Connor. Peguei na mão de Connor e o puxei até á porta do carro, entrámos no carro enquanto esperava o carro da polícia avançar primeiro. Eu olhei Connor e vi o mesmo parado, o carro da polícia avançou e eu arranquei seguindo Ben e Chris.

- Então, o que o androide falou quando estavas lá em cima com ele? - Perguntei para Connor.

- Ele falou que estava só se defendendo, nada demais... - Connor falou e eu não insisti mais.

Detroit: Become Human | Um amor impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora