Detroit: Become Human | Um amor impossível

♦9♦

Data: 6/novembro/2038
Horário: 9:37

Chegámos ao local e saí do carro, Connor fez o mesmo me seguindo.

- Então, o que temos? - Perguntei para Ben desbloqueando o meu tablet.

- Falámos com o vendedor da loja de conveniência e ele nos disse que a AX400 tinha lhe pedido dinheiro, a androide estava acompanhada de uma criança. - Ben falou e eu olhei Connor.

- Uma criança...? - Falei assustada, olhei para o meu tablet e depois me aproximei de Connor que estava parado enquanto levava com gotas de chuva pelo seu corpo.

- O motorista a viu às 2:30, o vendedor a viu perto das 2:46... E qual é a conclusão, Sherlock? - Perguntei vendo Connor ainda parado.

- Não deve ter ido muito longe... - Connor falou enquanto ele olhava uma casa abandonada.

Connor passou a cerca que estava cortada e depois me ajudou a passar também. Connor foi analisar a casa enquanto eu ajudava Ben e Chris a cortarem a cerca para eles e o resto dos policiais poderem passar.

- É, Anna... Só queria avisar que, o Jeffrey quer que tu tires tudo que está na mesa de Hank. - Ben falou e eu me virei para o mesmo.

- Sim, eu já imaginava que ele iria pedir isso... - Falei desligando o tablet.

- Eu sei que o Jeffrey está a ser muito duro mas tenta não ser rude com ele. - Ben falou e eu suspirei.

- Eu sei que se eu lhe responder vai ser pior, mas eu acho que ele deveria ter mais compaixão porque mesmo ele sendo nosso capitão, isso não quer dizer que ele tenha que nos desrespeitar. - Falei e Ben concordou, Jeffrey pensa só no trabalho e nunca nos dá um tempo para descansarmos ou até mesmo para respirar.

- Bom, mas eu irei fazer isso quando eu voltar para a delegacia. Fowler falou mais alguma coisa? - Perguntei para Ben e o mesmo disse que não.

- Corre! Corre, Kara! - Ouvimos alguém gritar.

- O que é isto? - Ben perguntou.

- Os gritos vêm da casa. - Falei correndo até á porta.

Peguei a minha arma e arrombei entrando dentro da casa.

- Connor! O que houve? - Perguntei vendo Connor se levantar e vendo a AX400 e uma menina correrem para fora de casa.

- Está aqui! Mande o alerta! - Connor se levantou correndo atrás da androide, coloquei a cabeça fora da porta avistando os policiais.

- Avisem os outros! A androide está aqui! - Gritei e voltei a entrar dentro da casa indo até á porta onde Connor passou.

Corri atrás de Connor tentando o alcançar mas ele corria mais rápido que eu. Corri até chegar em um beco com uma cerca, Connor correu até á cerca e eu fiz o mesmo. As duas tinham fugido pela estrada cheio de carros em alta velocidade. Connor se preparou para subir a cerca mas eu o impedi, já era tarde demais.

- Vamos, já não podemos fazer nada... - Toquei ombro de Connor e fomos andando até Ben.

- Nós não conseguimos, a androide e a menina passaram uma cerca e passaram pela estrada. - Falei para Ben que me olhou com uma cara.

- Eu também não tenho boas notícias, nós entramos no casebre e o androide que estava lá se autodestruiu, vão o levar para a central de destruição da Cyberlife. - Ben falou e eu olhei Connor.

- Bom, eu vou andando para o departamento, tchau. - Falei dando tchau para Ben.

Entrei no carro e Connor fez o mesmo, conduzi até o departamento e estacionei. Saí e Connor também, fechei o carro e entrei passando o cartão.

- Anna, vem aqui no meu escritório. - Fowler falou e eu olhei Connor suspirando.

- Fica aqui Connor, eu já volto. - Falei e segui até o escritório de Fowler.

Em cima da mesa já pude ver umas três caixas de papelão vazias.

- Eu chamei-te aqui para te dizer que eu quero que tu tires as coisas do Hank da mesa, se não o fizeres, eu mesmo tiro ou chamou outra pessoa para o fazer. - Fowler falou e eu abri a boca.

- Jeffrey! Você pode por favor parar de agir como se o Hank nunca tivesse existido? Até parece que tu não o conhecias. - Falei irritada.

- Anna, eu estou a dar-te uma chance de desapareceres com aquilo tudo da mesa, e eu espero que até o final deste dia, as coisas estejam longe daqui! - Fowler falou e eu senti lágrimas de raiva escorrerem pela minha face.

- Já agora... O funeral do Hank será amanhã ás 15:30... - Peguei as caixas e saí batendo o pé até á minha mesa. Eu odeio falar com o Fowler, ele não tem sentimentos pelos outros não?

E depois ainda fala de Hank como se ele não o tivesse acabado de o desrespeitar.

- Agente, está tudo bem? - Ouvi Connor perguntar, levantei o meu rosto e o olhei, limpando as lágrimas.

- Sim... - Falei pegando nas caixas, eu colocava cuidadosamente cada objeto nas caixas enquanto eu sentia o olhar de Connor.

Eu olhava atentamente as coisas de Hank e logo as colocava na caixa, as únicas coisas que eu deixei na mesa foram as fotos de quando eu e Hank desmantelámos uma rede de tráfico de rubrite e a plantinha que ele adorava que fui eu que lhe tinha dado. Eu fui até á minha mesa para buscar fita adesiva, puxei a cadeira de Connor para trás para poder ficar entre a mesa e a cadeira. Fui até á mesa e me agachei abrindo a gaveta buscando a fita adesiva. Fui até às caixas para eu as fechar, olhei Connor enquanto eu cortava a fita com os dentes e eu pude ver que ele olhava para mim com uma cara envergonhada. Eu olhei o seu led que piscava amarelo, eu voltei a fazer o meu trabalho fechando as duas caixas.

- É... Connor? - O chamei e o mesmo respondeu.

- Sim? - Ele falou e eu sorri.

- Podes me ajudar a levar estas caixas até o meu carro? Eu preciso levá-las até á minha casa... - Connor se levantou e pegou a caixa me olhando, eu peguei a outra caixa e Connor me seguiu para fora do departamento até ao meu carro.

- Obrigada. - Falei e vi o led de Connor ficar novamente amarelo.

- Eu vou para dentro, ficarei á sua espera. - Connor falou se virando de costas para mim.

- Não... Podes vir comigo? Eu vou buscar umas coisas á casa de um amigo e depois vou almoçar, nós poderíamos conversar sobre a investigação. - Falei e Connor foi até á porta do carro a abrindo e entrando.

Entrei no carro e segui até á casa de Hank.