Detroit: Become Human | Um amor impossível

♦18♦

Data: 7/novembro/2038
Horário: 8:48

Eu acordei de um horrível pesadelo, e óbvio que o pesadelo era sobre Hank, ele me disse tantas coisas que me magoou no sonho... E todas elas são verdade. Eu odeio quando tenho pesadelos e sonhos, parece que eu passei a noite sem dormir, e para além de eu ter tido um pesadelo, eu acordei com dor de cabeça. Me levantei para poder ir à casa de banho mas antes peguei a minha camisa, hoje é meu dia de folga, ou pelo menos espero que seja.

- Bom dia Anna. - Ouvi a voz de alguém vindo da cozinha.

- Connor! Mas que raio estás tu a fazer aqui caralho? Não tinhas ido embora ontem? - Vi os olhos de Connor se desviarem para os meus seios cobertos com um sutiã preto.

- Eu fiquei para poder vigiar e a proteger. - Connor falou e eu ri indo na direção do sofá enquanto fechava os botões da camisa.

- Eu não preciso de proteção e muito menos vinda de um robô como tu. - Falei me sentando do lado de Sumo que ouvia a conversa atentamente.

- Eu fiz o pequeno almoço. - Connor falou e eu encostei a cabeça no sofá depois de Sumo se levantar e ir até á sua tigela. 

- Como eu sei que não puseste veneno na comida? - Falei olhando para a mesa da cozinha vendo que estava tudo arrumado e tinha comida em cima dela que parecia estar deliciosa.

- Obrigada, mas eu não estou com fome... - Falei me deitando no sofá virada de costas para a sala.

Eu fechei os olhos por uns segundos mas o silêncio foi quebrado pela voz de Connor.

- Deveria comer, Anna... - Connor falou do meu lado me assustando.

- Eu só quero, que esta merda de dor de cabeça vá embora... - Me virei devagar e me levantei mas Connor me impediu empurrando para o sofá.

- Eu vou buscar um comprimido. - Connor falou se virando para a cozinha, dois segundos depois ele andou em direção á caixa dos medicamentos. 

Encostei a cabeça no sofá e fechei os olhos enquanto esperava pelo Connor. Connor se sentou do meu lado, abri os olhos e vi que ele segurava um copo de água em uma mão e em outra segurava uma cartela de remédio. Eu o olhei por uns segundos e acabei por não conseguir segurar o riso pois o mesmo estava muito não natural. Connor me olhou e entregou a cartela, eu tirei um comprimido e o coloquei na boca, bebi a água e coloquei o copo e os comprimidos na mesa de canto. Eu me virei e olhei Connor que parecia que queria falar algo.

- Porque você se riu? Fiz algo de errado? - Connor perguntou me fazendo rir.

- Não... - Respondi deixando um silêncio que não durou muito.

- É só que a forma que tu ages não é muito natural... - Falei me rindo enquanto via Connor sem entender nada.

- Como assim? 

- Olha a forma como estás sentado... Tudo o que fazes é estranho... - Falei vendo Connor me olhar, eu ri enquanto via o mesmo me analisar.

- O que eu poderia fazer para parecer mais natural? - Connor perguntou e eu me calei tentando pensar em uma maneira de lhe mostrar como parecer mais natural, mais fácil de dizer, parecer um humano.

Peguei o comando e liguei a televisão no canal onde normalmente está sempre a passar filmes. Larguei o comando e prestei atenção ao filme, minutos depois, apareceu uma cena picante, eu olhei Connor e vi que o mesmo estava quieto a olhar a cena enquanto o seu led piscava entre azul e amarelo. A cena que estava a ser exibida na televisão não era assim tão constrangedora mas vê-la com o Connor do meu lado deixou-me envergonhada. Finalmente a cena terminou e eu pude respirar de alívio, olhei Connor que parecia estar estranho. Deixei passar alguns minutos, pensei em deixar mais uns minutos mas eu desliguei a televisão após aparecer uma cena de sexo.

- Ok! Vamos ficar por aqui... - Falei sentindo um calor repentino.

- Eu estava a ficar interessado agora. - Connor falou e eu senti um aumento na minha temperatura corporal.

- Porque raios estavas interessado? - Perguntei rindo de nervoso.

- Eu não sei... - Connor falou enquanto o seu led emitia a cor amarela.

Connor ficou uns segundos a encarar-me, eu desviei o olhar para Sumo que nos olhava. Me levantei e fui até a mesa para puder finalmente comer algo. Me sentei com os pés em cima da cadeira enquanto olhava o que tinha em cima da mesa, tinha croissants com manteiga, fiambre e queijo, tinha morangos, leite, sumo de laranja e... Bolo de chocolate, como é que o Connor soube que eu adoro bolo de chocolate? Olhei Connor vendo o mesmo me encarar, olhei para o prato dos croissants e peguei um, ouvi Connor se levantar e vi o mesmo ir até mim puxando a cadeira do meu lado. Connor se sentou enquanto me olhava comer, dei uma trinca no croissant e olhei Connor.

- Está muito bom. - Falei olhando para Connor que sorriu para mim, espera, ele sorriu?

Eu voltei a olhar para Connor vendo o mesmo desfazer o seu sorriso.

- Androides... Fazem isso? - Perguntei e vi Connor ficar confuso.

- Você pediu para eu ser mais natural, e é o que eu estou fazendo. - Connor falou e eu acenei com a cabeça.