Sugerir sexo a três?

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Fazia alguns meses que Grace não visitava aquela sala, mas por mais tempo passava dali, jamais sentiria falta daquele lugar gelado e extremamente branco e limpo.

Ela se sentou em uma das cadeiras e ficou mexendo em um pequeno boneco que dizia "melhor médico do mundo", ela sabia que havia sido a mãe de Oliver que havia dado a ele assim que o mesmo se formou.

- A que devo a honra dessa visita? – Grace se assustou ao ouvir a voz do amigo e colocou o boneco no lugar.

- Vim saber como foi a noite de sexo selvagem entre você e a Amanda.

- O que? – ele deu um beijo no topo da cabeça dela de maneira extremamente fraternal e se sentou na cadeira a frente da dela.

- Amanda me disse que vocês dois se pegaram depois da festa de São Patrício que o Henry organizou. Sei que faz alguns meses, mas queria estar ao vivo para tocar no assunto com você.

- Ela deve ter sonhado com isso, porque eu apenas a levei pra casa e coloquei na cama. Eu nunca ficaria com a Amanda, você sabe que eu não suporto ela.

- Droga. Eu achei que ia dar certo e, finalmente, você ia confessar seu amor por ela. – ela inclinou um pouquinho a cabeça.

- Desista. Eu jamais ficarei com a sua amiga, ela é exatamente tudo aquilo que eu detesto em alguém.

- A Amanda sou eu de cabelos claros Oliver, nós somos iguais!

- Você é uma adulta responsável, a Amanda é extremamente infantil. – ele encarou Grace. – Vamos mudar de assunto, o que você veio fazer aqui?

- Sugerir sexo a três? – ela balançou as sobrancelhas de forma maliciosa. – Eu, você e o Henry?

- O quanto ele sabe sobre isso?

- Nada. Mas como é mais fácil convencer você, decidir te perguntar primeiro.

- Embora isso me ofenda de certa maneira e eu não fosse aceitar...

-...você não acha a gente sexy o suficiente para isso? – ela o interrompeu fingindo estar abismada.

- Eu sei que você não está aqui por isso. Para de enrolar, Grace. O que foi?

- Esta bem... – ela revirou os olhos. – Acontece que o Henry achou melhor eu vir te procurar para pedir uns exames. Eu tenho estado mais cansada que o normal, emagreci uns dois quilos nas ultimas semanas e minha cabeça dói quase que todos os dias. Sei que não é nada para se preocupar, eu falei para ele, mas Henry insistiu para que eu viesse.

- Ainda bem que você está namorando com alguém consciente. – Oliver pegou o papel que fazia o pedido de exames e começou a escrever.

- Você tem uma letra bonitinha. – ela disse enquanto o olhava escrever, mas Oliver parecia concentrado demais. – O que foi?

- Isso não é brincadeira, Grace. – Oliver colocou um ponto final em uma frase e levantou a cabeça para encará-la.

- Eu sei Oliver.

- Você deveria ser mais séria. Se preocupar mais com isso, Henry está certo em cuidar de você e em se preocupar, mas você também deveria fazer isso.

- Por que? Eu vou morrer me preocupando ou não, prefiro fingir que essa doença não existe.

- A gente não pode curá-la, mas se você fazer procedimentos que te deem uma expectativa de vida maior, as vezes você ter uma vida normal até ficar bem velinha.

- Você pode me dar uma garantia disso?

- Sabe que não, Grace.

- Então pra que eu vou me agarrar a isso? Eu não quero ter que fazer um tratamento extremamente agressivo que aumente minha expectativa de vida em três meses e me faça sofrer até lá.

- Grace...

- A gente fez um trato, você lembra? Você disse que queria cuidar de mim, ser meu médico e eu fiz você prometer que não vai me deixar chegar a essa situação, que quando a gente visse que estava crítico demais iriamos aceitar e só continuar com os remédios para a dor.

- É isso que você quer? Ainda mais agora que você está feliz com o Henry?

Grace olhou para Oliver, ele tinha um semblante preocupado e um tanto magoado, estava nítido que havia deixado a parte médica de lado e a estava tratando como a amiga que ela era para ele.

- Se você me prometer que, seja lá o que for, vai me dar uma expectativa maior do que um ano, eu posso até aceitar, diferente disso, não.

- Temos um trato então? – ele estendeu a mão para ela.

- Posso acrescentar um "você precisa namorar a Amanda até eu morrer"? – ela levantou a mão, mas não esticou.

- Não. – ele foi firme e tinha um semblante bravo.

- Ai, ta legal. – ela revirou os olhos e pegou na mão dele. – Trato fechado.

- Ótimo. – ele balançou as mãos dos dois, soltou e entregou o papel com o pedido de todos os exames para ela. – Aqui estão senhorita Grace Elizabeth Simons, você conhece todo o procedimento.

- Conheço. – ela pegou o papel e guardou na bolsa. – A gente pode fazer uma leitura tipo em um tribunal? Vai ser mais divertido.

- Grace! – ele disse irritado com toda a graça que ela estava fazendo.

- Você é chato! Precisa de sexo urgentemente. – ela balançou a cabeça e se levantou.

- Infelizmente o meu melhor sexo casual escolhei um mauricinho ao invés de mim.

- Eu já disse que você deveria ir atrás da Amanda, você não vai se arrepender.

- Fico com medo de perguntar como você sabe disso. – ele deu risada, a primeira desde quando a viu.

- É um segredo. – ela foi até a porta e a abriu. – Obrigada pela indicação, gatinho. – ela bateu na bolsa, indicando que estava falando dos exames.

- Não por isso. – ele piscou para ela. – Até semana que vem Grace...

- Até, Oliver. – ela acenou e saiu do consultório e, pela primeira vez desde que foi diagnosticada, ela estava com medo do que todos aqueles exames mostrariam.

Can I Go With You? || Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora