Lacunas

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Depois que fez a cirurgia, Izuku se sentia novinho em folha e ele estava, enfim, renovado.

Mais do que isso, Izuku se sentia vivo.

A mãe do esverdeado era uma alegria só e até mesmo fez uma promessa, falando que se o filho não tivesse mais nenhuma crise, ela abriria a cafeteria todas às segundas-feiras para pessoas necessitadas.

E com certeza dona Inko Midoriya cumpriria sua palavra.

Após receber alta e ser mandado para casa ㅡ e ser obrigado a ficar em extremo repouso por pelo menos 1 mês ㅡ, o menor pôde enfim respirar ao ar livre novamente. O mês se passou rápido e com a ajuda de seu namorado e de seu irmão, Izuku descansou bastante, mais do que gostaria e por isso, ele não via a hora de ver a cafeteria aberta novamente.

Com 3 meses de cirurgia, ele já ajudava em algumas coisas ㅡ coisas bem básicas na verdade, Hitoshi tava mais protetor do que nunca e não o deixava fazer muito esforço. Sua alimentação mudou drasticamente e era raro o esverdeado comer besteiras, porém, quando o fazia, metia o pé na jaca.

Ele estava feliz, não havia mais aquelas crises respiratórias e nem aqueles remédios que o drenavam por completo, claro que ele tomava alguns remédios ainda, porém, não eram aqueles que tanto lhe tiravam a energia e a vontade de viver.

Tudo estava indo bem, bem até demais.

Izuku não era do tipo pessimista ou algo parecido, mas ele sabia de uma coisa: o universo vive em constante equilíbrio, quando algo ruim acontece, é porque algo bom vai acontecer e assim, vice versa, tudo tem seu lado da barganha.

E ele estava com medo do que pudesse acontecer.

Já faz seis meses desde a cirurgia e o esverdeado se sentia estranho. Ele tinha a vida sexual ativa desde os 17 anos, mas por causa do seu problema, Shoto não gostava de cobrar muitos esforços de Izuku, sendo assim, era raro eles transarem.

Mas mesmo assim, quando eles faziam, Izuku não se sentia mal, pelo contrário, ele adorava estar com Shoto naquele contato íntimo, o corpo quente do mais velho o fazia sentir vivo, livre e especial.

Depois da cirurgia eles passaram a transar com mais frequência, mas algo inexplicável sempre acontecia. Izuku se sentia incomodado com os toques de Shoto, era como se fosse errado ou algo assim e ele não entendia aquela sensação.

— O que foi? – o bicolor perguntou enquanto distribuía beijos molhados por todo o pescoço pálido.

— E-eu... eu não sei – o mais novo respirou fundo – Shoucchan... você se importa da gente... parar por aqui? – Todoroki levantou o rosto da curva de seu pescoço para olhá-lo.

— Você não tá no clima? – ele perguntou e o mais baixo negou em concordância – desculpe... eu realmente pensei que você queria – Shoto se levantou para colocar suas roupas.

— Eu quero... mas eu não consigo – ele murmurou – Tem algo que me impede, eu não sei explicar – Izuku olhou para o mais velho – desculpa... – pediu cabisbaixo.

— Ei, tá tudo bem – o meio ruivo se sentou na cama – Eu não vou ficar bravo ou algo do tipo, você sabe que eu nunca faria algo sem o seu consentimento, certo? – Izuku assentiu.

— Dorme aqui pelo menos... – pediu sem jeito – ...eu gosto do seu calor... – ele admitiu virando o rosto para esconder suas bochechas que queimavam em vergonha.

Shoto sorriu e o deu um beijo em seus cabelos verdes.

— Claro que eu fico – o deu um selinho – Quando se sentir assim, me fala, eu irei te entender e parar, ok? – novamente o sardento assentiu.

Segunda chance - BakudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora