Capítulo 4 - Meu Favorito

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As estrelas preenchiam o céu azul-marinho de Los Angeles naquela noite, como se estivessem encarando de volta o garoto sentado naquela cadeira de madeira perto da piscina.

Tirando-o de seus devaneios, Roman, usando um roupão verde-musgo, chegou com uma garrafa de vinho tinto e duas taças transparentes. Sentou na cadeira ao lado e começou a preenchê-las.

— Está ficando tarde — disse Tommy.

— Eu imaginei que você fosse um desses, que dá esse tipo de desculpa.

— Eu nunca passo a noite.

Roman abriu um sorriso enquanto enchia a segunda taça e entregava ao garoto.

— Você não pode abrir uma exceção?

Ele não respondeu, só deu um gole e olhou para frente, observando o brilho das luzes da cidade competirem com as estrelas.

— Eu quero te conhecer — disse Roman.

— O que você quer saber sobre mim?

— Eu quero saber até onde você está disposto a ir para conseguir o que deseja.

O garoto parou um segundo e o encarou, estranhando a pergunta. No entanto, ele sabia a resposta. Deu outro gole na taça de vinho e então respondeu:

— Qualquer coisa.

— Você sabe como eu cheguei até aqui?

Tommy negou com a cabeça e se inclinou um pouco na cadeira, curioso.

— Eu andava com um roteiro velho batendo na porta de cada estúdio de Hollywood e eles olhavam para mim e diziam tipo, "garoto, vai pra casa" ou qualquer merda como essa, então eu comecei a conhecer gente, andar em festas e fazer o tipo de coisa que as pessoas gostam de especular sobre celebridades de cinema... nem sempre o caminho até aqui é glamoroso, às vezes você precisa fazer coisas que jamais imaginou ter que fazer para conseguir o mínimo de atenção.

— É isso o que eu estou fazendo aqui?

Ele riu.

— Eu sou famoso, rico, bonito e estou prestes a te oferecer um papel em um dos meus filmes, mas mesmo assim não está tentando me impressionar ou me bajular, é por isso que você está aqui. Você é um garoto misterioso, um pouco destemido e ousado demais, eu diria, não há nada que me deixe mais excitado que isso.

— Então é assim que você gosta dos seus garotos?

— Você está fazendo perguntas demais.

— Então comece a fazê-las.

Roman o encarou por alguns segundos e então se levantou, parando em pé em frente ao garoto.

— Se eu te colocasse de joelhos e amarrasse seus pés e suas mãos, me pergunto se você ainda me responderia dessa forma — disse, segurando o queixo de Tommy para que ele o olhasse enquanto acariciava seu pau, novamente duro, por cima do roupão.

— Provavelmente — respondeu ele.

Roman apanhou sua taça de vinho e sentou de volta na cadeira, com um sorriso malicioso que, desta vez, Tommy retribuiu. Depois de um pequeno momento de silêncio, o garoto comentou:

— Eu poderia ficar olhando essa vista por horas.

— Um bom vinho, uma boa música e essa vista, às vezes é tudo o que eu preciso. Aqui eu me sinto no topo do mundo, como se não houvesse ninguém acima, é assim que eu gosto de me sentir assim.

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