Capítulo 6 - Qualquer Coisa

5 1 0
                                    


Sentado em sua cama com um baseado queimando entre os lábios, Tommy aproveitava a sensação de alívio que seu pedido de demissão proporcionava. Aliás, tudo o que passava na sua cabeça naquele momento era que deveria ter feito antes. Trabalhar no Opera Cafe jamais foi um plano premeditado, acabou acontecendo em uma época de necessidades, necessidades essas que seu trabalho como garoto de programa passou a suprir de forma mais que satisfatória.

No entanto, a experiência não tinha sido completamente negativa, afinal, foi lá que apareceu sua grande oportunidade, na forma do homem mais atraente que ele já havia visto.

Ao depositar o baseado apagado no cinzeiro ao lado da cama, ele decidiu que não queria passar nem mais um segundo pensando naquele lugar idiota, então se levantou para começar a procura por uma roupa que pudesse usar no encontro com Roman, que aliás estava a quarenta minutos de acontecer.

***

No banco do passageiro do carro de Roman, Tommy observava as luzes da cidade enquanto eles cruzavam a Hollywood Boulevard. Estava se acostumando cada vez mais com a presença dele, se acostumando com a ideia de sentar ali e deixá-lo guiar seu caminho por uma noite.

— Você parece meio distraído hoje — comentou Roman.

— Eu estava pensando sobre o que você disse hoje cedo.

Mentira. Ele não estava, mas achou que trazer esse assunto seria uma boa forma de descobrir o que se passava na cabeça daquele homem tão misterioso.

— Me desculpe — disse ele, sem desviar o olhar da estrada.

— Você não precisa se desculpar, desde que seja verdade.

Houve um breve silêncio enquanto Tommy o encarava curioso, sem reciprocidade. Roman parecia ter dificuldade em falar sobre aquele tipo de assunto.

O homem levou a mão até sua coxa e finalmente olhou para ele, abrindo um pequeno sorriso.

— É verdade.

Tommy voltou a encarar a cidade através da janela e o assunto parecia ter morrido.

— Às vezes não consigo evitar sorrir quando me pego pensando em você e isso é completamente novo para mim, não sou do tipo de pessoa que, você sabe... — disse Roman.

— Se apaixona?

— Você também sente?

O garoto demorou alguns instantes para responder.

— Sim.

— Talvez seja esse o motivo pelo qual tudo isso está acontecendo, eu sinto que finalmente encontrei alguém que merece minha atenção, o meu amor — disse, enquanto alisava sua perna por cima da calça. — É como um vício, eu não consigo mais me acostumar com a ideia de não sentir o seu cheiro, seu sabor.

— Eu gosto do jeito como você fala sobre mim.

— Eu sei que você gosta. — As mãos dele subiram um pouco mais, até tocar o pau do garoto por cima da calça, que estava começando a ficar duro.

Roman abriu um sorriso safado e então voltou a encarar a estrada.

— Eu quero você para mim, quero te tratar como ninguém nunca te tratou antes, nenhum desses homens ricos que te pagam fortunas são capazes de te fazer sentir um terço do que eu faço e nós dois sabemos disso.

Tommy retribuiu e levou a mão até o pau dele, já completamente duro, se aproximando do seu ouvido.

— É, você certamente sabe como me deixar excitado — sussurrou, deslizando sua mão para dentro da calça de Roman, onde sentiu seu pênis pulsar. Depois voltou à sua posição original, recostado no banco do passageiro. — Qual a programação de hoje? Acho que você não mencionou.

ViceOnde histórias criam vida. Descubra agora