Capítulo 11 - Mal Adormecido

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1 semana depois

O novo apartamento de Tommy, no centro de Los Angeles, era grande e luxuoso. Havia um espaço enorme em conceito aberto com a cozinha, sala de jantar e sala de estar. O piso era constituído de belas placas de madeira e a parede exterior não tinha nada além de enormes vidraças que concediam uma vista da cidade de tirar o fôlego.

Quando cansou de ver pela milésima vez o momento em que Miami ganhou a Palma de Ouro, uma semana antes, ele desligou a TV e percebeu que já estava atrasado para o compromisso daquela noite. Era o aniversário de Susie e ele estava ansioso para ver as garotas, com quem não se encontrava há mais de um ano.

Pouco mais de uma hora e meia depois, ele estacionou seu Porsche preto pouco à frente do bar onde estava marcada a pequena reunião. Não era um lugar muito badalado, então não se surpreendeu de não ver nenhum paparazzi à espreita.

Ao adentrar o estabelecimento, ele logo as avistou conversando sorridentes em uma mesa no canto. Caminhou pelo espaço já um pouco cheio, atraindo alguns olhares curiosos, mas nada fora do comum.

A primeira que percebeu sua presença foi Lola, que arregalou os olhos e abriu um enorme sorriso ao vê-lo.

— Nossa grande estrela de cinema! — Exclamou.

Ela o abraçou com força e deu-lhe um beijo na bochecha.

— Eu senti sua falta — disse, baixinho, em um tom sentimental.

Zoe e Susie também se levantaram e o abraçaram forte. Em seguida, todos se sentaram em volta da mesa. O clima intimista, com uma luz amarela irradiando de uma luminária baixa e os assentos de estofado vermelho, fez Tommy se sentir à vontade.

— Meu deus, não nos vemos há quanto tempo? Um ano? — Perguntou Zoe.

— Quase isso — ele respondeu.

— Parabéns pelo prêmio!

— Nós sempre soubemos que nosso garoto tinha talento — disse Susie.

— Eu senti tanta falta de vocês, desculpa ter sumido, foi uma loucura, está sendo uma loucura.

Lola segurou a mão dele em cima da mesa.

— Não se desculpe, Tommy... todas nós estivemos ocupadas, nós temos nossas vidas, foi divertido o tempo em que passamos juntos, mas acho que essa fase acabou.

Ele sorriu, um sorriso sincero, mas um pouco dolorido. Não podia deixar de sentir que as havia abandonado.

— Não podíamos ficar nas ruas para sempre — disse Susie. — Eu estou me preparando para lançar uma linha de maquiagem, Lola se casou...

— Bem, e eu continuo, mas tenho uma clientela um pouco mais... seletiva

Eles riram.

— Susie está certa, não poderíamos ficar nas ruas para sempre.

— E Bambi? Vocês têm notícias dela?

De repente, elas tiraram os sorrisos dos rostos maquiados. O assunto não parecia confortável e Tommy logo se arrependeu de ter tocado.

— Aquela puta — disse Lola, com um riso nervoso e triste.

— Ela morreu alguns meses atrás — Susie revelou.

Ele pareceu incrédulo.

— Bambi sempre foi um problema — começou Zoe. — Estava metida com merda da pesada... nos últimos meses, quase não a víamos, e quando ela aparecia, estava bêbada ou drogada pra caralho.

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