Capítulo 9 - Aplauso

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Ato 2

O desaparecimento de Daniel Haydes permaneceu um mistério. As idas dele à casa de Roman tinham a ver com assuntos peculiarmente particulares, então ninguém tinha conhecimento, especialmente sua esposa, a atriz Vanessa Haydes.

Nice, França

12 meses depois

Tommy fechou seu sobretudo preto Versace quando sentiu o ar frio de Nice envolver seu corpo na saída do aeroporto. Um grupo de paparazzis já se encontrava reunido nos dois lados da passagem, com as câmeras preparadas.

Ele abriu um pequeno sorriso e os observou através do par de óculos escuros Dior enquanto carregava sua mala de rodinhas. Dois homens truculentos vestindo ternos acompanharam ele e sua agente, Katy, até um SUV preto estacionado próximo à calçada.

Quando entraram no banco de trás e a porta foi fechada, ele tirou os óculos e sacou o celular do bolso, checando sua caixa de mensagens à procura de alguma notícia de Roman.

— Ele não recebe minhas mensagens há 2 horas — resmungou.

— Por que vocês não vieram juntos? — Perguntou a garota de cabelos castanhos e curtos, sem tirar os olhos da tela do celular.

— A entrevista, lembra?

— Ele não poderia ter esperado?

— Pergunte a ele.

— Que bicho te mordeu? Deus...

O garoto esfregou as têmporas.

— Minha cabeça está me matando.

— Merda de voo de 12 horas, estou morta.

— Eu preciso de álcool, um bom baseado e um pau grande — disse ele, fazendo a mulher rir e observar, pelo retrovisor, a reação confusa do motorista, um homem de uns 70 anos que provavelmente nem falava o idioma deles. — E depois, preciso de pessoas gritando o meu nome.

— Você está preparado?

Ele deu uma risadinha. Nem precisava responder.

Senhor, quanto tempo até chegarmos a Cannes? — perguntou Katy em um francês perfeito.

— Entre 30 e 40 minutos — o homem respondeu, no idioma dos dois, com um forte sotaque.

Quando o veículo deixou o estacionamento do aeroporto, Tommy recostou-se no banco de couro e admirou, através da janela, aquela bela e primaveril manhã francesa — ainda que um pouco acinzentada —, enquanto ansiava pela grande noite que estava por vir.

***

A viagem não durou mais que 30 minutos. Enquanto um funcionário, junto ao motorista, apanhava as bagagens no porta-malas, o garoto saiu do carro e deu uma bela olhada ao redor, observando a Boulevard de la Croisette em toda a sua glória, a famosa avenida de Cannes que sediava o grande Hôtel Martinez, no qual ele esperava encontrar Roman.

— Sr. Baker? — Disse simpaticamente um belo e jovem homem, de cabelos bem penteados, usando um uniforme preto. Ele precisou repetir mais uma vez para que Tommy o escutasse.

— Oh, me desculpe — respondeu o garoto.

— Sr. Griffins está à sua espera.

Ele apanhou a mala no chão e o homem correu para impedi-lo.

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