Capítulo 5 - Paixão

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Roman dirigia devagar enquanto eles conversavam.

— Como você me achou? — Perguntou Tommy.

— Você quer dizer como eu sabia onde te encontrar?

O garoto olhou para ele, que sorria.

— Que seja.

— Quando você me encontrou, você usava um cinto de 2 mil dólares, Tommy — ele respondeu. — Você comprou com o salário de balconista em um café?

— Então você deduziu a partir de uma peça de roupa?

— Na verdade, não, eu deduzi a partir da ideia de que você é um garoto esperto.

— Você acha que estar aqui é ser esperto?

— Mas é claro, este belo colar em seu pescoço, por exemplo, quanto custou? 2, 3 mil? Quanto você demoraria para conseguir um desses trabalhando naquele lugar?

Ele parou próximo a um restaurante de fast food e desligou o carro.

— Quer dizer, você é um garoto atraente e foi inteligente ao se aproveitar disso.

— Eu não entendo — disse o garoto. — Por que vir até aqui?

— Porque eu estava me sentindo sozinho — respondeu Roman, descendo do carro.

Tommy permaneceu ali por alguns segundos, refletindo sobre o quanto estava desconfortável com aquela situação, até que o homem abriu sua porta e o convidou para sair.

— Você vem?

Ele saiu do carro e fechou a porta.

— Você faz isso com todos os garotos? — Perguntou, aumentando um pouco o volume de sua voz já que o homem já estava alguns metros à frente, na esquina.

— Resposta sincera? Não — respondeu ele, ainda sorrindo.

O restaurante estava vazio, então eles foram atendidos imediatamente por uma mulher loira no auge de seus 50 anos. Um milkshake de banana e caramelo para Roman e uma água para Tommy. O lugar parecia uma lanchonete dos anos 60, com bancos de couro vermelho perto das enormes janelas e pisos com losangos em laranja e branco.

— Você pode relaxar — disse Roman, rindo. — Eu não vou te machucar.

— Eu estou relaxado.

— Claramente não.

O garoto suspirou.

— Você tem razão, é que essa situação é um pouco esquisita.

— Entendo... você pretende continuar?

— Como assim?

— Depois que lançarmos o filme, você pretende continuar?

— Claro que não, Roman... quer dizer, eu não me importo em fazer e o dinheiro é muito bom, mas não é o que eu vim fazer em LA. Por que você se importa com isso, aliás? Eu não quero ser rude, mas me conhece há menos de uma semana.

Ele olhou para a rua lá fora, como se estivesse pensando no que dizer.

— Eu gosto de você. — O tom de voz havia mudado, assim como a feição em seu rosto. Aquela foi a primeira vez que ele demonstrou um indício de vulnerabilidade na frente de Tommy, e odiava isso.

— Eu não acredito em você.

— Eu sei... e também sei que você sente o mesmo, eu consigo ver no seu rosto, a forma que você sorri quando me vê.

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