O3 - 𝕋𝕖𝕝𝕝 𝕞𝕖: 𝘄𝗵𝘆 𝗱𝗼 𝘄𝗲 𝗳𝗮𝗹𝗹 𝗶𝗻 𝗹𝗼𝘃𝗲?

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Sempre me achei singular demais para prestar atenção demais em alguém além de mim mesma. Pra me apaixonar por alguém. Mas então, sem querer, foi você, e eu tive a leve impressão de que me apaixonei sozinha. Eu tive medo de delirar sobre isso, mesmo sendo tão próximos, você parecia distante. Mesmo sendo nós de sempre, agora eu tinha um frio na barriga toda vez que te via. Odiava isso, acho que foi um dos motivos de querer fugir.

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— Hae? — A voz de Nari a tirou daquela sensação entorpecida, desviou o olhar assim que perceber que já devia estar perdida ali a mais tempo que deveria. — Ela chegou no Sábado de madrugada, de Busan.

— Ah, sim. Sábado. — disse baixo, maltratando os próprios dedos enquanto tentava se concentrar apenas nisso e nas cutículas que teria de concertar mais tarde. Péssimos hábitos eram quase um hobbie. 

— Que bom que voltou. Temos que marcar de sairmos todos juntos, pra lembrar os velhos tempos. Se Ally e Tashi quiserem vir junto, também.— Heeseung parecia decidido a reincluir Hae no grupo, e sabia que com sua falta de atitude não havia muito o que fazer. Não sabia dizer se todos estariam de acordo com isso. — Não sei se ficaram sabendo, mas as turmas vão voltar a ser mistas, vamos estudar juntos!!

Nari soltou um "Eh??" e fez uma careta mesmo assim o irmão tentou a abraçar com uma falsa empolgação, e acabou levando um segundo peteleco na testa. Hae finalmente parou para olhar quem eram as outras pessoas conhecidas ali, além dele. 

Park Sunghoon, costumavam ser bons amigos. Entre os meninos era com quem se sentia mais confortável para falar sobre tudo. Havia o acompanhado em alguns torneios de patinação artística, talvez não praticasse mais. Apesar de ser o típico favorito das garotas, nunca havia dado em cima de si, e tinham uma ótima relação. Sentia falta do 'Ice Prince', que sempre estava ali quando ela precisava de alguém além de Nari, ou quando achava que já havia enchido as paciências da amiga suficientemente. Ele também tinha um sorriso singelo no rosto, e acenou para si. Ela sorriu de volta.

Shim Jaeyun, Jake. Ela não sabia dizer se queria vê-lo, se ele queria vê-la também, ou se simplesmente não se importavam. A verdade é que Jake nunca se aproximou demais, era distante e aparentemente, ainda mais reservado do que quando eram mais novos. Bom, pelo menos era isso que todos pensavam sobre eles, era o que sabiam. Se sentia intimidada pelos olhos dele, com razão, quase como se não devesse estar ali, e talvez realmente não tivesse o direito. Porém este sabia muito bem manter tudo sobre controle, em segredo, na escola. Talvez ainda fosse assim. Sempre sorrindo, atento aos horários e parecia sempre muito ocupado. Jake sempre foi um grande ponto de interrogação. Assim que seus olhos se encontraram ele fez questão de desviar o mais rápido possível, indiferente. Acho que o pior de tudo, é que ela sabia exatamente o que tinha feito a ele, e não se tratava de apenas ter ido embora. 

Kim Sunoo. Era a pessoa mais confortável naquele momento, sorria amplamente para si, uma energia de outro mundo. Lembrou das noites de pijama que ele fazia questão de participar, afinal, sabia como fazer as melhores máscaras faciais e os melhores cookies do mundo. Era definitivamente a melhor companhia quando se precisava desabafar ou simplesmente passar uma madrugada toda vendo filmes da Barbie com Nari na casa dos Lee. Não havia problemas difíceis demais que não pudessem sem resolvidos com uma boa terapia de fofocas. Claro, nada saia dali, mas que era a pessoa que mais sabia de tudo que acontecia, era. Também sentia falta deste.

haviam dois rostos desconhecidos: um garoto de cabelos loiros, que lhe caiam tão bem que até mesmo parecia natural, imaginou que fosse japonês pelas feições e presumiu que tinha por volta da idade de Tashi. Inclusive, percebeu que os dois estavam há alguns minutos em um estranho jogo de olhares que não sabia dizer ao certo se estavam julgando um o outro com os olhos, ou flertando. O outro tinha olhos grandes que lembravam um gato, era mais baixo que os garotos e confortavelmente quieto. Não parecia muito interessado na situação, na verdade brincava com uma joaninha que havia pousado em sua mão. 

𝔼𝕟𝕕𝕝𝕖𝕤𝕤 𝕐𝕠𝕦𝕥𝕙 - 𝑬𝑵𝑯𝒀𝑷𝑬𝑵Onde histórias criam vida. Descubra agora