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Eu não me lembro de muita coisa, mas sim de ir para um quarto vazio da minha casa e querer dançar. 

Não fazia isso há algumas semanas, mas sinto que não danço há anos. 

Acendo as luzes do quarto, fechando a porta logo em seguida e conecto meu celular em uma caixa de som que trouxe. Aperto o play na primeira música que encontro em uma playlist que uso para dançar. 

Fecho os olhos ao ouvir as primeiras batidas musicais e sinto meu corpo se movendo involuntariamente. Muitas vezes, não penso em técnicas, em modos corretos para fazer tal passo, em ser o melhor dançarino do mundo ou em fazer tudo com perfeição. Eu só penso que é isso que eu amo e que me faz feliz. 

Mexo os braços, as pernas, a cabeça, o corpo todo. Sinto-me relaxado, despreocupado, tenho vontade de sorrir e é isso que faço. Não sei se estou fazendo direito porque não tenho um espelho neste quarto, mas isso não é importante no momento. O que importa é que eu me sinto bem, dançar me deixa incrivelmente bem e sinto que estou nas nuvens. 

A música acaba e faço uma pose final. Sorrio. No fundo, sei que tenho talento, mas nunca durei mais do que um ano em aulas de dança. 

Viro o corpo na esperança de encontrar meu celular e escolher outra música, mas sou interrompido quando vejo a porta aberta e uma pessoa parada no batente, batendo palmas.

—  Uau, quando você me disse que dançava eu não botei muita fé. 

Noah. 

— Hey, você me assustou. — sorrio, limpando o suor em minha testa com o dorso da mão. — O que faz aqui? 

— Vim te ver, e Sina me disse que estaria aqui. 

Ele veio me ver?

— Bem, aqui estou. 

— E ainda bem que te achei. Você é incrível, Josh, deveria dançar profissionalmente. 

— Obrigado, Noah, mas eu danço por diversão — ainda estou processando duas coisas. 

1: Alguém que não é da minha família me viu dançando. 

2: Noah disse que sou incrível. 

— Você disse que veio me ver, aconteceu alguma coisa? — ele dá de ombros.

— Não, eu só estava passando por perto e deu vontade. 

— Ah — sorrio. Tive uma ideia. — Bem, já que está aqui, quer dançar comigo? 

— Não, não, eu sou um péssimo dançarino. 

— Não tem problema, eu te ajudo. 

Ele desencosta do batente e se aproxima de mim, o que significa que aceitou. Fecho a porta novamente e aperto o play em outra música aleatória. 

— Olha, você pode mexer o quadril assim — faço o movimento e Noah me acompanha, rindo logo em seguida. — E aí, você vai dar dois giros e levanta o braço direito. 

O resultado não é tão bom assim, mas ele vai melhor do que o esperado. Alguns minutos e músicas depois, o moreno para de dançar. 

— Eu sou desastre, desisto. 

— Não é, não, você ainda está aprendendo. 

— Me salve, Josh — rio porque não sou um professor, não sei ensinar. 

— Noah, eu não sou um príncipe que vai te resgatar de uma torre. 

— Mas poderia ser. 

Congelo. Essa conversa vai por um caminho que eu não espero. Sinto minhas bochechas esquentarem, estou corado e não sei o que dizer. 

— O... O quê? — Noah não me responde, apenas ri. 

— Você não disse para dançarmos? — concordo com a cabeça. — Bom, então vamos dançar, príncipe. 

Noah me puxa pela cintura, fazendo-me dar um pequeno pulo de susto. Sorrio. Coloco meus braços em volta de seu pescoço, e começamos algum tipo de valsa esquisita, porque a música eletrônica que está na caixa de som não combina com nosso ritmo lento. Mas não nos importamos com isso. Eu, pelo menos, só me importo com os olhos verdes que brilham. Sorrimos. 

A música termina e essa é a nossa deixa para nos separarmos. Me separo de Noah, decidido a fazer a coisa certa e caminho até o meu celular. Ele me olha confuso, não sabe o que tenho em mente. 

Escolho uma música lenta e aperto o play. Estendo minha mão para Noah, que a segura com rapidez. 

— Agora sim, vamos dançar do jeito certo. 

Sorrimos. O sorriso dele é muito bonito, é lindo, Ele é lindo. 

Prince | NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora