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Eu não me lembro de muita coisa, mas sim de apertar a mão de Noah com força e ele bater na porta de um quarto.

Alguns minutos depois, uma mulher abre a porta e sorri para o menino ao meu lado.

— Noah! Pontual, como sempre. — ela olha para mim. — E você, quem é?

— Oh, meu nome é Josh — sorrio.

— Entendo... Você é namorado do Noah?

Acho que estou corado.

— Não, ainda não. — ele responde por mim.

Ainda? O que ele quis dizer com ainda? Respire, Josh, não surte agora. Mas ainda?

— Entendi. — a mulher ri. — Enfim, vou deixar vocês a sós.

— Obrigado, Diarra. — ela sorri e sai da sala. — Ela é enfermeira da minha mãe.

— Ela parece ser legal.

— Ela me ajudou muito quando eu me sentia sozinho, somos quase amigos.

Aperto a sua mão e Noah dá um pequeno sorriso para mim, mas, agora, sua atenção está em outra pessoa. Ele solta a minha mão e se aproxima da cama.

— Mãe! Hey, como você está? Imagino que seja o mesmo da semana passada. Bem, eu tenho novidades. Você se lembra de quando eu estava bloqueado e não conseguia compor? Bom, o bloqueio passou! Modéstia parte, a música está muito boa, um dia vou te mostrar. E você se lembra do Josh? Ele está aqui, sabia? Ele se ofereceu para me acompanhar, não é fofo? Você adoraria ver ele, sei que se dariam bem. Eu não sei o que temos, mas eu gosto muito dele, sabe? Me diga o que fazer, me dê um sinal. — ele cobre o ouvido com as mãos, como se fosse ouvir um segredo que ela está contando. — Aham, sim, eu também acho. Ótima ideia! Vou fazer e te conto, sim?

É engraçado o jeito de Noah se comportar como se ela fosse ouvir tudo o que ele diz. Triste, mas muito engraçado.

— Eu preciso ir, vou deixar Josh em casa, mas prometo voltar para cá e dormir do seu lado, tudo bem? Não sinta minha falta! — Noah se afasta da cama com um sorriso triste e olha para mim. — Vamos?

— Sim.

No carro, olho para Noah. Ele não parece bem, imagino que já tenha passado por isso várias vezes.

— Ei, eu quero saber o que ela te disse sobre mim.

Noah ri.

— Um dia, príncipe, um dia. — alguns minutos de silêncio. — Você acha que eu sou estúpido?

— O quê? Por que eu acharia isso?

— Por conversar com a minha mãe como se ela estivesse super bem e, bom, ela não está.

— Não acho. Acho que você tem esperança e, no fundo, sabe que ela vai acordar. Se não soubesse, não visitaria ela toda semana e aí sim você seria estúpido.

— Como você consegue me animar tanto? — Noah segura a minha mão enquanto dirige.

— Do mesmo jeito que você me anima.

Que brega. Que clichê. Parece que saímos de um livro de romance. Mas a melhor parte disso tudo é que eu não me importo. Não dou a mínima. Porque eu simplesmente não consigo parar de ser assim perto dele.

— Chegamos. — saímos do carro que parou em frente à minha casa. Noah se aproxima de mim. — Obrigado por hoje, não sei como te agradecer.

— Não foi nada.

— É sério! Muito obrigado, príncipe. — ele me abraça. Fecho os olhos aproveitando o contato e o abraço também. Noah é tão cheiroso e o toque dele é tão bom.

— De nada, anjo. — digo quando nos separamos, mas ainda estamos próximos. — Mas você pode me agradecer tocando violão para mim.

— Eu tenho outros planos com o violão, mas a parte boa é que você está entre eles, então não se preocupe.

— Te vejo amanhã? Se você quiser, podemos jogar boliche.

— Adorei a ideia! E se você chamar as meninas? — aponta para minha casa.

— Ok, feito, e você pode chamar Heyoon e Lamar.

— Ótimo! Então, até amanhã, príncipe.

— Até amanhã, anjo. — beijo seus lábios rapidamente e entro em minha casa.

Quando abro a porta, Sina e Joalin estão sentadas no sofá, me olhando com sorrisos enormes no rosto. Que novidade.

— Vocês duas não têm uma vida?

— Claro que temos, mas o seu romance é muito mais interessante. — Sina diz.

— E aí, ele já te pediu em namoro? Ou você pediu? — Joalin pergunta.

— Não e não.

— Mas você quer ser namorado dele.

— Sim, eu quero.

— Não foi uma pergunta, primo. Olha para você, parece um bobo apaixonado.

Reviro os olhos.

— Antes de eu sair daqui e esquecer que vocês existem, tenho uma proposta. Eu, Noah, vocês duas e os amigos dele jogando boliche amanhã de tarde? E aí?

— Heyoon vai? — Sina pergunta.

— Óbvio que vai.

— Ótimo, então eu vou.

— E a parte sobre amar o seu único irmão e ir aonde ele vai?

— Ai, Josh, você já está muito grandinho para ouvir tudo isso. Eu vou e a Jo também.

— Isso aí. — minha prima assente com a cabeça.

— Ótimo, obrigado por nada. Até nunca mais! — subo as escadas e entro no meu quarto.

Quando deito na cama, me permito sorrir. Joalin, eu não pareço, eu sou um bobo apaixonado. Que clichê.

Prince | NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora