Eu não me lembro de muita coisa, mas sim de jogar Uno com Sina, Joalin, Heyoon e Noah.
Depois da vergonha que passei na frente dele, Sina sugeriu convidar a coreana também, ignorando as reclamações de Joalin sobre ser a única sem um par. Eu não entendi essa última parte.
Está sendo uma noite bem divertida, tirando o fato de que eu perdi quase todas as partidas.
— Josh, é a sua vez.
A voz de Noah ao meu lado interrompe meus pensamentos, lembrando-me de que é a minha vez de jogar uma carta. Escolho a mais inofensiva possível e o jogo continua.
Analisando o número de cartas nas mãos de cada um, percebo que Heyoon tem mais chances de ganhar. Mas isso muda porque Sina a faz comprar quatro cartas.
— Não acredito que fui traída dessa forma — é o que ela diz.
— Faz parte do jogo, amor.
— Eu vou me lembrar desse jogo quando você quiser carinho.
— Sina, você nunca ouviu que não podemos irritar anões? — Noah pergunta e uma almofada voa na cara dele, me fazendo rir. — Está rindo do que, Beauchamp?
— Eu? Eu não estou rindo. — coloco a mão na boca para cobrir meu sorriso.
— Ei, não faça isso, seu sorriso é lindo. — ele tira a mão da minha boca, mas não a solta. Eu não quero soltar a dele.
Nos olhamos e me sinto com falta de ar, provavelmente por causa do olhar intenso de Noah. Sinto muitas coisas, um furacão de emoções, tenho muitos sentimentos de uma vez só e me frustro porque não consigo entender nenhum deles.
Acho que se passaram segundos, minutos, eu não sei quantos, não estou contando porque me perdi nesses olhos tão verdes. Como ele consegue ter olhos tão lindos? Por que o estou olhando com tanta intensidade? Por que ele está retribuindo o olhar? O que estamos fazendo?
Desvio o olhar, piscando algumas vezes para sair do transe por definitivo e separo nossas mãos.
— Ok... Deveríamos falar sobre o que acabou de acontecer?
— Joalin, fica quieta e joga.
Parei de prestar atenção no jogo, de repente ele não é tão interessante quanto o moreno ao meu lado. Não consigo sentir-me bem desta forma, sinto-me com frio.
Por impulso, volto a segurar a mão de Noah e fecho os olhos, com medo de sua reação. Sinto-me envergonhado, mas está tudo bem, porque sinto tantas coisas que vergonha é somente um detalhe.
Abro os olhos novamente quando sinto os dedos de Noah entrelaçando-se aos meus. Dou um sorriso, o mais discreto possível, ainda tonto com tudo o que aconteceu.
Mas não sinto-me com frio.
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Prince | Nosh
RomanceÚltimo ano do ensino médio. Reta final. É a última oportunidade para ter notas altas, com toda a mente focada nos estudos e em um bom resultado. Esse era o objetivo, e Noah Urrea já estava decaindo em uma das matérias. O desespero era grande e ele...