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Eu não me lembro de muita coisa, mas sim de chamar Noah para sair amanhã e ele recusar.

— Por quê?

— É difícil de explicar, eu só não posso. — ele desvia o olhar. Ele não parece bem falando sobre esse assunto.

— Tudo bem, não tem problema — Noah dá um pequeno sorriso. — Quer falar sobre isso?

— Eu... Não sei, príncipe, eu não quero fazer você sentir pena de mim.

Pena? Por que eu sentiria pena?

— Eu prometo que não vou. — Levanto o meu dedo mindinho como se fosse selar uma promessa e Noah faz o mesmo, cruzando nossos dedos. Sorrimos.

— Bem, vou contar. Era uma vez, o pequeno Noah. Esse garotinho vivia só com a mãe porque seu pai o abandonou quando ele nasceu. Mas pequeno Noah era muito feliz com a vovó Urrea. — seus olhos têm um pequeno brilho e ele sorri. — Mas nem tudo são flores, e, há dois anos, o não tão pequeno Noah, sua mãe e avó sofreram um acidente de carro. Eu acho que algum bêbado se chocou contra nós, não vi direito. Eu só me lembro de desmaiar na mesma hora e acordar em um hospital.

— Noah... — aproximo minha mão de sua bochecha e limpo algumas lágrimas que começaram a cair. Ele respira fundo e continua:

— Eu estava desesperado. Foram horas e horas deitado naquela cama, inquieto, mas descobri o que havia acontecido. Eu fiquei sem chão quando descobri que elas poderiam estar feridas, especialmente com a minha avó, por ser mais frágil. E...

— O que aconteceu com elas?

— A minha avó morreu e minha mãe está em coma.

Não tenho outra reação além de abraçar Noah com toda a força que tenho. Deve ter sido tão difícil para ele...

Sinto minha camisa molhar com suas lágrimas e faço um carinho em seus cabelos castanhos, sussurrando que está tudo bem e que eu estou aqui com ele.

Eu não sei o que dizer, nunca passei por uma situação dessas. Não sei o que faria se eu estivesse no lugar dele, eu provavelmente não aguentaria.

Alguns minutos depois, Noah se afasta e limpa suas lágrimas.

— Eu ainda não acabei. Como eu te disse, minha mãe está em coma, e eu vou ao hospital visitá-la toda quinta-feira. Por isso não posso sair com você amanhã, príncipe, sinto muito.

— Não tem problema, está tudo bem — dou um sorriso pequeno, tentando confortá-lo. Tenho uma ideia. — Se você quiser, eu posso ir junto. Para segurar a sua mão ou conhecer a sua mãe. Mas só se você quiser.

Agora sim, Noah dá um sorriso sincero, verdadeiro. Dessa vez, é ele quem me puxa para um abraço. Puxa, eu amo estar nos braços dele.

Ok, acho que amar é um exagero, mas eu com certeza não reclamo.

— Obrigado, príncipe. Você é incrível.

— Não sou não — dou um selinho em seus lábios. — Que horas vamos?

— Eu sempre saio da escola, almoço e vou para o hospital. Obrigado por se oferecer a vir comigo — Noah entrelaça nossas mãos. —, significa muito.

— Não precisa agradecer, eu faço isso porque me importo.

— Você... Você se importa comigo?

— Pensei que fosse óbvio — sorrio. — Sim, Noah Urrea, eu me importo, e muito, com você.

Eu não pensava que o sorriso dele poderia aumentar, mas estava enganado. Gosto tanto de vê-lo assim e gosto mais ainda de perceber que eu sou o culpado disso.

Noah não merece nada do que passou, ele é gentil, carinhoso, atencioso, é lindo por dentro e por fora. Eu poderia chamá-lo de...

— Anjo.

— O quê? — ele me pergunta.

— Anjo. É isso o que você é.

— Eu sou um anjo para você?

— Sim, se eu sou o seu príncipe, você é o meu anjo.

Meu príncipe. — e ele me beija. Já nos beijamos tantas vezes hoje, mas não consigo reclamar em nenhuma delas, porque Noah é extremamente viciante.

Droga, eu me apaixonei por um anjo.

Prince | NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora