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Eu não me lembro de muita coisa, mas sim de ser segunda-feira e as aulas voltarem. 

Levanto-me da cama, com o corpo dolorido por ter dançado tanto no dia anterior. Penso uma, duas, três vezes em faltar hoje, mas desisto dessa possibilidade. É o último ano, não posso perder nenhuma aula. 

Tomo um banho rápido para não atrasar-me e saio de casa rápido como um foguete. Em poucos minutos cruzo os portões da escola, respiro fundo e me preparo para mais um dia. 

Caminho até o meu armário para pegar o livro de matemática e, de repente, vejo tudo preto. Levo poucos segundos para perceber que duas mãos cobrem os meus olhos. Clássico. 

— Bom dia, príncipe. 

Sorrio quando reconheço a voz e viro-me para ver a voz do dono. 

— Bom dia! Pensei que estivesse brincando sobre o apelido. 

— Mas você é um príncipe — dá de ombros. 

Meu coração está acelerado e meu sorriso aumenta. O que está acontecendo comigo?

— Isso significa que eu preciso inventar um apelido para você — respondo, brincalhão. 

— É sério? Bom, estou ansioso. 

Sorrimos. Como se fosse mágica, aquela coisa estranha de nos encararmos volta a aparecer. Não sei exatamente o que é, mas Noah tem alguma coisa que me deixa preso, que me atrai e me faz querer observá-lo por horas. Noah parece um feitiço, e talvez esse seja o meu problema. Estou enfeitiçado. 

Mas infelizmente, ou não, o feitiço é quebrado por Heyoon e Lamar. 

— Jacob, nós te procuramos pela escola toda. 

Acho que Noah sofre do mesmo mal, porque não diz nenhuma palavra. Na verdade, ele ainda olha para mim. 

— Noah, o Lamar falou com você. 

— Oi? — ele desvia o olhar de mim. — Ah, oi, Lamar. Não te vi aí, quando chegou? 

— A gente acabou te chegar, na verdade — uma Heyoon sorridente responde. — Oi, Josh. 

— Oi, Heyoon. Por que está sorrindo tanto?

— Nada demais, eu só vi uma coisa que me deixou feliz. Você não acha, Lamar?

— Concordo plenamente, Yoon. — os dois sorriem. Eu perdi alguma coisa?

— Eu não entendi — Noah diz, confuso. — É melhor irmos, não é? Tenho aula de espanhol. 

— Obrigada por lembrar, Lamar e eu temos uma palestra. 

Os dois saem de perto e me deixam sozinho com Noah outra vez. 

— Te vejo no intervalo? — ele me pergunta. 

— É claro — sorrio. 

— Bem, até mais, príncipe. 

Vejo Noah se afastar e aproveito para abrir meu armário e pego o livro que preciso. Tento focar em qualquer coisa que não seja o moreno, mas vejo que essa tarefa parece impossível. Eu não sei o que está acontecendo, mas não parece bom. 

Pare de pensar nos olhos verdes. Pare de pensar no sorriso. Pare de pensar no cabelo castanho que parece ser tão macio. Pare de pensar nos brincos que combinam tão bem. Pare de pensar na risada. Pare de pensar nele, Joshua.  

Prince | NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora