XVII

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Tudo envolta parecia apontar o dedo para Jade a julgando. Pecadora. Falha. Tola. Quase cometera o maior erro de sua vida. O que poderia acontecer depois daquilo? Morreria? Iria para o inferno?

Era tudo uma bomba em sua cabeça. Cada pensamento, uma explosão diferente.

No entanto, essas eram coisas que Jade enxergava seu pai apontando para ela, assim como a madre e padre Ramiro. No íntimo de Jade, ela não via isso de todo como algo ruim. Era o temor que a deixava pirada e a desencorajava de tudo.

Apertou o terço em suas mãos e fechou os olhos com mais força proferindo de sua reza. Estava a manhã toda ali ajoelhada rezando. Pedindo perdão. Ainda não havia conversado com Perrie para lhe pedir desculpas. Desde o momento em que quase a beijara, passou a evitar a garota. Afinal, que culpa Perrie tinha? A errada era Jade por querer experimentar coisas com ela. E também por estar tão fissurada na noviça.

Essa noite mesmo havia sonhado com Perrie, um sonho bobo em que as duas estavam longe dali, num lugar calmo e tranquilo abraçadas sentindo uma a outra. Só a breve lembrança fez com que Jade se desconcentrasse da reza e errasse todas as palavras.

Abriu seus olhos e engoliu a seco. Talvez fosse hora de parar, tomar coragem e ir se desculpar. Jade levantou-se buscando fôlego ao respirar fundo. Guardou seu terço e saiu a passos curtos da igreja. Cumprimentou uma das irmãs que entrava ali e seguiu pelos corredores em direção do quarto da garota que, ultimamente, fazia seu estômago esfriar cada vez que a via.

Aspirou do ar para seus pulmões mais uma vez e segurou na maçaneta da porta. Não iria bater pois precisavam ter essa conversa em particular, dentro do quarto. No corredor poderia ser muito perigoso, mesmo que no momento o mesmo estivesse vazio. Jade abriu a porta vagarosamente e ao entrar logo avistou Perrie, deitada em sua cama de olhos fechados com a boca entreaberta.

Havia um fino lençol por cima de seu corpo e suas mãos estavam por debaixo do mesmo. Jade juntou suas sobrancelhas ao ouvir Perrie soltar um gemido, em seguida morder seu lábio inferior com certa força. A freira ficou sem reação, não entendia o que a noviça estava fazendo mas havia ficado presa na cena. Jade apenas continuou parada olhando, vendo Perrie começar a remexer seu quadril. Suas pernas estava claramente abertas e a britânica pode perceber que uma das mãos da loira se encontrava exatamente no meio delas, tocando de maneira ritmada o lugar, já a outra estava sobre um de seus seios o apertando.

Jade então arregalou seus olhos tendo noção dos detalhes e deu um passo para trás fazendo certo barulho, Perrie imediatamente abriu os olhos enxergando a freira ali de maneira assustada. Antes que fizesse ou falasse algo, Jade sentiu a porta ser empurrada, ao olhar para trás deu de cara com Jesy.

— Mas o quê... – Jesy deu uma breve olhada em Jade e em seguida encarou Perrie que havia se sentando na cama com sua respiração evidentemente descompassada. — Perrie, eu não acredito!

— Shh. Cala a boca. – Perrie murmurou ranzinza e apertou o lençol contra seu corpo. — Fecha essa porta.

Jesy soltou uma gargalhada alta logo fechando a porta com Jade, ela e Perrie dentro do cômodo.

— Não acredito que tava siriricando essas horas. Sua safada! – Jesy acusou, enquanto Perrie tinha seu rosto vermelho e buscava vestir uma blusa para cobrir seus seios expostos.

Jade continuou parada próximo da porta atordoada e com sua respiração acelerada. Olhava de Jesy para Perrie, e a mesma parecia evitar encarar as duas ali. Mas o que diabos Perrie estava fazendo?

— Me poupe, Jesy. Eu estava precisando ok. – Perrie disse mal humorada e remexeu-se por baixo do lençol vestindo a calcinha.

— Nos avisasse antes, você traumatizou a freira ali. – Jesy dizia enquanto vasculhava algo dentro da cômoda, em sua gaveta.

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