Tudo envolta parecia apontar o dedo para Jade a julgando. Pecadora. Falha. Tola. Quase cometera o maior erro de sua vida. O que poderia acontecer depois daquilo? Morreria? Iria para o inferno?
Era tudo uma bomba em sua cabeça. Cada pensamento, uma explosão diferente.
No entanto, essas eram coisas que Jade enxergava seu pai apontando para ela, assim como a madre e padre Ramiro. No íntimo de Jade, ela não via isso de todo como algo ruim. Era o temor que a deixava pirada e a desencorajava de tudo.
Apertou o terço em suas mãos e fechou os olhos com mais força proferindo de sua reza. Estava a manhã toda ali ajoelhada rezando. Pedindo perdão. Ainda não havia conversado com Perrie para lhe pedir desculpas. Desde o momento em que quase a beijara, passou a evitar a garota. Afinal, que culpa Perrie tinha? A errada era Jade por querer experimentar coisas com ela. E também por estar tão fissurada na noviça.
Essa noite mesmo havia sonhado com Perrie, um sonho bobo em que as duas estavam longe dali, num lugar calmo e tranquilo abraçadas sentindo uma a outra. Só a breve lembrança fez com que Jade se desconcentrasse da reza e errasse todas as palavras.
Abriu seus olhos e engoliu a seco. Talvez fosse hora de parar, tomar coragem e ir se desculpar. Jade levantou-se buscando fôlego ao respirar fundo. Guardou seu terço e saiu a passos curtos da igreja. Cumprimentou uma das irmãs que entrava ali e seguiu pelos corredores em direção do quarto da garota que, ultimamente, fazia seu estômago esfriar cada vez que a via.
Aspirou do ar para seus pulmões mais uma vez e segurou na maçaneta da porta. Não iria bater pois precisavam ter essa conversa em particular, dentro do quarto. No corredor poderia ser muito perigoso, mesmo que no momento o mesmo estivesse vazio. Jade abriu a porta vagarosamente e ao entrar logo avistou Perrie, deitada em sua cama de olhos fechados com a boca entreaberta.
Havia um fino lençol por cima de seu corpo e suas mãos estavam por debaixo do mesmo. Jade juntou suas sobrancelhas ao ouvir Perrie soltar um gemido, em seguida morder seu lábio inferior com certa força. A freira ficou sem reação, não entendia o que a noviça estava fazendo mas havia ficado presa na cena. Jade apenas continuou parada olhando, vendo Perrie começar a remexer seu quadril. Suas pernas estava claramente abertas e a britânica pode perceber que uma das mãos da loira se encontrava exatamente no meio delas, tocando de maneira ritmada o lugar, já a outra estava sobre um de seus seios o apertando.
Jade então arregalou seus olhos tendo noção dos detalhes e deu um passo para trás fazendo certo barulho, Perrie imediatamente abriu os olhos enxergando a freira ali de maneira assustada. Antes que fizesse ou falasse algo, Jade sentiu a porta ser empurrada, ao olhar para trás deu de cara com Jesy.
— Mas o quê... – Jesy deu uma breve olhada em Jade e em seguida encarou Perrie que havia se sentando na cama com sua respiração evidentemente descompassada. — Perrie, eu não acredito!
— Shh. Cala a boca. – Perrie murmurou ranzinza e apertou o lençol contra seu corpo. — Fecha essa porta.
Jesy soltou uma gargalhada alta logo fechando a porta com Jade, ela e Perrie dentro do cômodo.
— Não acredito que tava siriricando essas horas. Sua safada! – Jesy acusou, enquanto Perrie tinha seu rosto vermelho e buscava vestir uma blusa para cobrir seus seios expostos.
Jade continuou parada próximo da porta atordoada e com sua respiração acelerada. Olhava de Jesy para Perrie, e a mesma parecia evitar encarar as duas ali. Mas o que diabos Perrie estava fazendo?
— Me poupe, Jesy. Eu estava precisando ok. – Perrie disse mal humorada e remexeu-se por baixo do lençol vestindo a calcinha.
— Nos avisasse antes, você traumatizou a freira ali. – Jesy dizia enquanto vasculhava algo dentro da cômoda, em sua gaveta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Liturgia
FanfictionDesde pequena, Jade já tinha seu caminho traçado. Por quase ter morrido ao nascer, seu pai James, um homem extremamente religioso e devoto, fez uma promessa a Deus. Se Jade sobrevivesse entregaria a menina para viver com as freiras e assim se tornar...