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Logo após o café da manhã, as freiras foram até suas barracas para começar a monta-las, para mais um dia. Era sábado, e pela movimentação que já estava no lugar, Perrie soube que o dia seria cheio. Enquanto a noviça organizava tudo com Jesy e Jade, ao longe pode ver Samuel vindo em direção a barraca de livros. O rapaz ainda estava um pouco distante mas de algum jeito Perrie conseguiu o reconhecer.

— Não é possível. – sussurrou em desgosto.

Jade olhando na mesma direção que Perrie, pode entender a expressão fechada no rosto da garota, Samuel se aproximava parecendo buscar entre as irmãs por um rosto em específico.

— Tem alguém querendo virar padre. – Jesy soltou em piadinha.

— Jesy isso nem faz sentido. – Perrie falou irritada, com seu cenho franzido, e Jesy riu.

— Ele tá chegando, se prepara Jadezinha. – Jesy avisou.

Jade fez uma pequena careta com um nervosismo apossando seu corpo. Não queria ter que lidar com o garoto logo cedo, então a solução mais viável que conseguiu encontrar, foi abaixar-se e se esconder embaixo da bancada da barraca. A mesma estava totalmente coberta de modo que ninguém pudesse a ver ali, só quem já estava do lado de dentro.

Perrie ao ver Jade toda encolhida, mordeu o lábio para não rir, já Jesy não se conteve dando uma risada alta. Com isso, logo Samuel chegou com seu amplo sorriso no rosto.

— Bom dia, irmãs! – disse de forma amigável mas apenas Jesy o respondeu. — Jade não está por aí? – perguntou interessado.

— Não. – Perrie foi a primeira a se pronunciar de forma seca.

— Ahn, ela está em outra barraca? Sabem me dizer qual? – o garoto perguntou. Perrie respirou fundo, pronta para lhe mandar cair fora. Esse garoto precisava de um bendito semancol.

— Jade não está em nenhuma barraca. Hoje ela acordou não muito bem, por isso ficará de fora das atividades. – Jesy disse prática e o moreno arqueou as sobrancelhas em surpresa.

— O que Jade tem?

— Diarréia. – a maior soltou de forma pesarosa. Perrie quase riu, mas manteve a expressão fria.

— Nossa. – o garoto disse baixando a vista. — Será que foi o sorvete? – perguntou pensativo.

Jade que controlava um riso embaixo da mesa, franziu levemente o cenho. Não havia ido tomar sorvete com Samuel, muito menos sozinha.

— Sim, provavelmente. – Jesy respondeu fitando suas unhas.

— Mas e você, não se sentiu ruim? – disse curioso a examinando.

— Que nada. Eu tenho um organismo forte. Já Jade, pobrezinha... – falou com lástima. O garoto assentiu parecendo acreditar.

— Bom, então diga-lhe que mandei melhoras. Por favor. E que peço desculpas não sabia que o sorvete a deixaria assim. – Perrie revirou os olhos nesse momento.

— Digo sim, não se preocupe. – Jesy respondeu.

— Outra hora volto para ver como ela está. – avisou. Perrie apertou seus lábios com força, mas foi inútil.

— Escuta aqui, garoto. Acho que você não entendeu direito, então serei mais clara com você. – Perrie começou, sem se importar se estava soando tão grosseira. Era o mínimo perto do que ela sentia vontade de fazer com aquele engomadinho. — Jade é uma freira. Uma freira muito importante nesse convento e na igreja. Então acho melhor você esquecer qualquer que seja esses teus interesses banais e cair na real. Antes que eu mesma precise tomar qualquer providência. Pois não vou aceitar que fique aqui cercando uma IRMÃ DA IGREJA, com flertes. Isso é um nível tão inadmissível, que talvez eu reze por sua alma essa noite. – Perrie o encarava com todo o seu olhar mortal, Samuel ouvindo a tudo engoliu em seco e assentiu totalmente sem graça.

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