6. Divisão

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POV Santana

Todas, com exceção de minha mãe, foram bondosas e ficaram curiosas sobre o "homem" que salvou minha vida. Maribel olhava para Brittany como um inseto. Um inseto perigoso que deveria ser esmagado o quanto antes.

— Bom, Brittan... — Quinn começou. — Você parece o homem ideal para se ter por perto em uma situação difícil.

— Não é? — A senhora Holliday concordou com ela, sorrindo.

O trompete, que tocavam para sinalizar o jantar, soou algumas vezes, o que ocasionou a interrupção do diálogo.

— Ai, ai... Por que eles sempre insistem em anunciar o jantar como se fosse um ataque da cavalaria? — Mercedes satirizou, aos risos. — É cada uma.

Eu ri com as outras e olhei para Maribel.

— Mamãe, vamos nos vestir? — Ela concordou e eu fitei a Pierce, por um segundo, antes de continuar: — O vejo no jantar, Brittan.

Ela acenou para mim.

— Até...

Maribel se inclinou para cochichar algo a mim.

— Posso saber o que você e aquele rapaz estavam fazendo?

— O que estávamos fazendo? — Repeti a pergunta, como quem não tivesse saído da linha.

— Sim.

— Só... Olhando o oceano. — Menti e dei um sorriso superficial. — Vimos golfinhos lá, deveria tentar ver uma hora também.

Com desprezo, mamãe voltou a olhar para frente.

POV Brittany

Santana, sua mãe e duas loiras começaram a se afastar, sobrando só uma das mulheres na minha presença.

— Ei, garoto! — Percebi que a moça estava me chamando e parei de olhar para Santana, já longe. — Você tem alguma ideia do que está fazendo?

— Não muita...

— É, da para ver. — Ela me olhou de baixo à cima. — O que planeja vestir para o jantar?

Apontei para a roupa que estava usando no corpo e ela riu.

— Qual o problema? — Perguntei, procurando algum buraco no tecido. — Há algo de errado?

— Ora, você me perguntar isso já é um problema. Essas pessoas vão te devorar vivo, menino. Vamos... — Ela envolveu seu braço ao meu. — Vou te ajudar.

Ela era simpática. E, não parecia que eu tinha escolha. Então, fui.

— Obrigado...

— Não há de quê. — Ela sorriu. — A propósito, meu nome é Mercedes Jones.

— Mercedes Jones? — Arregalei os olhos, nunca vira uma foto dela, apenas o nome vagando dentro de jornais junto a imagens e textos referentes a seu marido. — É um prazer conhecê-la! Já li sua história nos jornais diversas vezes, é impressionante...

— Mesmo? — Assenti e ela riu. — E o que toda a minha história de vida te fez pensar, nas vezes em que leu?

— Esperança... Força de vontade... Talvez, um pouco de sorte também. Diga-me, você é diretamente responsável pelos tesouros achados, ou é só o seu marido mesmo?

— É, pode-se dizer que eu tive grande participação nisso.

— Eu sabia!

Mercedes riu.

Abril, 1912 - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora