10. Paixão

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POV Santana

Em meio a um dos extensos corredores da primeira classe do Titanic, Quinn parou de andar às pressas, como fazia até então. Bateu algumas vezes em uma específica porta ao nosso lado e, ansiosa, esperou. Em poucos segundos, fomos atendidas por alguém.

Era Mercedes.

Ótimo.

A mesma parecia estar sozinha e tranquila.

Por isso, aliviei-me. Ao nos enxergar, um simpático sorriso se traçou em seus lábios, ao mesmo tempo em que Lucy atirava-me para dentro dos aposentos. Não havia tempo para pensar, ou prorrogar a situação. Sabia que poderia confiar de olhos fechados em Fabray, à garota estava numa verdadeira corrida contra o tempo para salvar minha pele. Queria que ela fizesse isso por si mesma também, com tanta disposição quanto agora.

Será que isso voltaria a acontecer algum dia?

— Nos vemos em breve! — Foi à última coisa que Quinn disse-me, antes de fechar a porta e ir atrás de mamãe, que segundo ela, estava sendo enrolada pela Berry.

Suspirei, e voltei a olhar para a Jones.

— Olá... Obrigada por... Bom, você sabe... Ajudar-nos.

Ela riu.

— Não seja tão formal, Santana. Você não precisa me agradecer. Conheço Sebastian e Maribel... — Ela deu às costas e andou pelo cômodo, apossando-se de uma xícara antes pousada sobre a mesinha de centro do lugar. — Chá?

Assenti e apanhei a louça, servindo-me.

— Obrigada.

— Você parece feliz...

Um pouco tímida, abri um sorriso, pensando em Brittany. Não iria mentir. Estava feliz mesmo, exceto pela parte de ter que continuar fingindo ser a Santana que todos esperavam eu ser um pouco mais. Não tinha muita convicção que conseguiria. Porém, era necessário conseguir.

— Eu estou.

— Deixe-me adivinhar, andou repensando em toda a sua vida, enquanto passeava por aí?

Arregalei os olhos, surpresa, e concordei.

— É... Pode-se dizer que sim. Como sabe?

— É nítido.

Claro, minhas feições deveriam estar mais transparentes que nunca. A esperança que havia desaparecido há algum tempo, tinha sido reestabelecida com vigor dentro de mim. Minha salvação não era Brittany, mas ela fazia parte do processo da mesma.

— Entendo... É que, ultimamente, eu só ando fazendo isso... Todavia, agora, parece que encontrei uma saída definitiva, para certos problemas.

— Compreensível. — Mercedes sentou-se num sofá. — Perdoe-me a intromissão, mas por que está noiva do Smythe? Eu não entendo. Vocês não parecem ter nada em comum... Já não posso dizer o mesmo em relação a sua mãe.

Ri, e dei um gole no meu chá.

— Pois é, achei que só eu tivesse notado como eles são perfeitos um para o outro, uma pena que a idade seja um problema. — Após darmos umas boas risadas, respirei fundo e relaxei os ombros. — Bom, Mercedes... De fato, eu e Sebastian não temos nada em comum. E eu sei que não deveria sair por aí revelando tal coisa, porém, nosso casamento é arranjado... Pela minha mãe, essa é a verdade.

— Claro. Bem que eu desconfiava que houvesse algo errado. Se quiser, eu posso te ajudar.

— O que? Ajudar-me mais do que já ajudou? Eu agradeço, mas você não precisa.

Abril, 1912 - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora