POV Brittany
Com os olhos fixos aos meus, Santana almejou que eu botasse minhas mãos nela. Eu sabia perfeitamente o que isso queria dizer. Minha pele sabia o que queria dizer.
Meus reflexos sabiam.
Minhas mãos.
Minha boca... Cada milímetro do meu corpo.
Não seria minha primeira vez fazendo isso. Marley, a meretriz das mãos bonitas do bordel, revelou-me que sabia muito bem que eu era uma garota por debaixo daquelas vestes masculinas durante minha visita ao local. E por isso, ela quis ouvir minha verdadeira voz. E por isso, ela quis me beijar.
Ensinar-me tudo. Tudo.
Sobre meninas e meninos. As diferenças, os nomes.
O que fazer. O que não fazer.
Em pouco tempo, éramos as melhores amigas. Ela dissera a mim que estava tudo bem se atrair pelo mesmo sexo, que era natural para algumas pessoas, e eu me entreguei a ela quase que instantaneamente depois. Meu carinho e atração por Marley eram fortes, entretanto não chegava a ser amor. Viramos confidentes.
Eu queria ter feito muito mais por ela.
Muito mais.
Queria ter levado-a embora daquele lugar horrendo. E, não pude. Infelizmente, Marley disse-me que não havia condições de nos encontrarmos mais no terceiro dia, pois alguém poderia descobrir. E isso não acabaria bem nem para mim, muito menos para ela. Não era seguro. Nunca é seguro. O que me sobrou de tudo, foram os seus desenhos.
Despedir-me de Marley doeu. Foram três dias de muita conversa.
Foram três dias de honestidade total, como nunca. Antes mesmo de eu me abrir com Sam, ela já sabia.
Eu ainda me lembrava da sensação de perder a virgindade. Não era tão agradável no início. Não era mesmo. Incomodava. Mas, depois, tudo melhorava. A sensação do sexo era indescritível.
Depois. Apenas depois de um tempo, era indescritível.
Essa era a questão. Eu não queria que Santana passasse pela primeira parte.
A da dor. A do incomodo.
Aflita, eu parei de beijá-la por um segundo.
— Você tem certeza disso, Santana?
Ela assentiu, mordendo os lábios. Certo. Eu engoli em seco, e alcancei sua boca, mais uma vez. A morena começou a tirar meu casaco, e progressivamente se livrou daquele simples vestido com minha ajuda. Num instante, estávamos de roupas íntimas.
Santana fechou todos os vidros do carro, e voltou a sentar-se no banco diante a mim.
— Ah, então aqui estão seus seios... — Ela disse risonha, colocando as mãos na faixa que os cobriam. — Posso tirar?
Eu sorri e balancei a cabeça em permissão. Em seguida, envolvi meus braços ao redor do corpo dela, para desafivelar seu sutiã. E, após me acostumar com a ideia de ver seus seios mais uma vez, debrucei-me devagarzinho sobre seu físico.
Minha língua tocou a pele suave de seu pescoço. Desceu para suas clavículas. Continuou até os seios, e por fim voltou para seus lábios carnudos.
Sentia-me energizada. Nervosa, e destemida ao mesmo tempo.
Os dedos de Santana pressionavam minhas costas com vigor, a fim de grudar nossos corpos mais e mais. Nossas respirações preenchiam o veículo e embaçavam os vidros. Nossos seios se encontravam, e nossas células dialogavam entre si.
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Abril, 1912 - Brittana
RomanceÉ a bordo do RMS Titanic que Brittany e Santana se conhecem. Uma escapava, outra era apreendida. Embora as realidades tão distintas, na companhia uma da outra, começam a amar. - O enredo é meramente uma adaptação do filme Titanic (1997) utilizando-s...