Anelyn
Eu não sei explicar como, mas desde o momento em que vi Nicolas parado na porta da minha casa eu soube que aquela noite seria diferente. O frio que eu sentia em meu estômago era ainda mais forte do que todas as outras vezes em que já nos encontramos. Essa sempre foi uma sensação marcante quando se tratava de qualquer coisa relacionada a Nicolas. O simples fato de ouvir seu nome, de ver qualquer coisa que me lembrasse dele, ou quando nos encontrávamos, já me fazia sentir assim. Essa sensação sempre esteve presente. A tão famosa "borboletas no estômago", algo que só conhecia pela descrição nos meus livros de romance, realmente existe. E, agora, estou vivendo isso de uma maneira mil vezes melhor, que não poderia ser descrita em qualquer história que eu já tenha lido.
— Posso perguntar onde vamos? — quebro o silêncio, enquanto ele dirige.
— Claro que não. — responde prontamente. Sem me olhar.
— Estou curiosa. Você não é de fazer tanto suspense, que eu me lembre, não estamos em nenhuma data especial. — aponto e ele ri.
— Apenas relaxe e aproveite a noite. — ele diz e eu decido obedecer.
Alguns quilômetros à frente, ele para o carro no acostamento, pega uma faixa preta no porta luvas do carro e se vira para mim com a mão estendida exibindo a faixa.
— Você vai ter que confiar em mim. — ele diz, meio que pedindo uma aprovação para colocar aquilo em meus olhos.
— Você está brincando?! — pergunto, sorrindo, incrédula. — Você vai vendar meus olhos?
— Sim. — ele também ri e logo em seguida, posiciona a faixa sobre meus olhos e amarra atrás da minha cabeça. — E não reclame.
Instantes depois, sinto o carro se movimentar e eu não consigo parar de sorrir, de nervoso e de ansiedade. A sensação de estar vendada é horrível e incrível ao mesmo tempo. A expectativa é excitante.
Nicolas fica em silêncio durante todo o percurso restante que, para alívio da minha ansiedade, não dura tanto. Ele estaciona e sai do carro, em seguida a porta do meu lado se abre e ele alcança minha mão.
— Vem comigo, devagar. — ele diz e eu começo a sair do carro sendo guiada por ele. Meu estômago está congelando . Eu não faço ideia do que esperar. É impossível não criar expectativas. — Nós vamos andar um pouco. Eu vou guiar você. — ele diz, segurando meus ombros, e eu sinto suas mãos frias. Ele também está nervoso.
— Você quer me matar de curiosidade? Eu estou nervosa! — Admito por fim, impaciente, e ele solta uma risada curta.
— Confia em mim. — diz, antes de se posicionar ao meu lado e entrelaçar meu braço ao seu. Então começamos a andar em direção a sabe-se lá o que, ou onde. — Agora — ele começa, depois de andarmos mais do que eu esperava. —, vamos subir dois degraus e em seguida vou te ajudar a se sentar. — avisa.
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Em teu caminho (CONCLUÍDO)
RomanceLivro II da série MEU PRIMEIRO AMOR Depois da morte executar mais uma jogada nas vidas do nosso casal, Anelyn e Nicolas, eles se separam de todas as formas possíveis. Anelyn muda para uma cidade distante para morar com o pai que não vê há mais de d...