Capítulo 15 - Medo

1.1K 94 45
                                        

Nicolas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Nicolas

Existe um limite pra você insistir em um sentimento? Em um relacionamento? Se existe, eu desconheço. Pra mim é muito mais fácil insistir que Anelyn volte pra mim, do que simplesmente desistir. Eu não vejo a minha vida sem ela. Mesmo tendo me saído bem nesse tempo que passamos separados, ficar sem ela não é algo que eu deseje a longo prazo. Nem a curto, aliás. Imaginar uma vida com ela, torna qualquer coisa que o futuro me reserve muito mais suportável. Torna os meus sonhos, os meus planos, os meus dias melhores e é por isso que mesmo quando ela diz que nós dois não existe mais, eu sei que ela está dizendo isso da boca pra fora e sei que devo insistir no contrário pelo menos mais uma vez.

Eu não sei como ela ficou sabendo sobre Dave, mas quando ela me ligou pra falar sobre isso, eu desejei poder abraçá-la enquanto ouvia seu choro baixo do outro lado do telefone. Foi inevitável não levar a conversa para nós dois e mais inevitável ainda termos mais uma discussão.

"Volta pra Phoenix. Volta pra mim." Era o que dizia na última mensagem que enviei pra ela e pela demora dela em responder, mesmo já tendo visualizado, eu sei que nesse momento ela está emocionada, nervosa e sem palavras. Não ouso sair da conversa. Continuo deitado em minha cama, ainda com a roupa que cheguei do orfanato, da visita à Dave, encarando o celular e tentando evitar que meu coração saia pela boca.

Ainda na conversa, abro a galeria e procuro pela foto que tirei dela enquanto dormíamos na pensão. Na foto, ela ainda está nua, com o corpo coberto pelo lençol branco da cama e os cabelos loiros espalhados pelo travesseiro. Seu rosto está levemente virado em minha direção e quando eu resolvi tirar a foto, na manhã de domingo, já fazia horas que eu estava petrificado observando ela dormir e sorrindo feito um bobo, com a sensação mais gostosa que alguém pode sentir na vida. A sensação de amar alguém e não precisar de mais nada quando está com ela.

Meu celular vibra e eu volto rapidamente para a conversa, para ver a resposta de Anelyn. Primeiro ela enviou um emoji triste e em seguida, sua resposta:

"Meu lugar agora é aqui. Com minha família. Eu não posso mais voltar pra Phoenix. Eu nunca deveria ter voltado e eu sabia disso, mas no fundo, o que realmente me moveu a ir, foi a esperança de te ver e de podermos continuar nosso namoro exatamente de onde ele parou antes da minha mãe surtar e tudo começar a ir ladeira a baixo. Mas as coisas não são e não foram assim. Nem tudo é como a gente deseja."

Me sento ainda durante a leitura da mensagem, procurando por ar enquanto minha respiração demonstra que vai parar a qualquer momento. Começo a digitar, mas apago tudo rapidamente. Não tenho saco pra isso. Saio da conversa e vou diretamente nas chamadas feitas, onde tem o registro da que ela fez para mim mais cedo, e ligo pra ela. No terceiro toque, ela atende, mas não fala nada.

— Se você me disser que ficar comigo é o seu desejo, eu vou ficar com você onde você estiver. Eu deixo tudo por você, Anelyn. — digo, me concentrando para não atropelar as palavras por conta do nervosismo.

Em teu caminho (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora